O mistério do velejador que saiu para testar um piloto automático e nunca mais voltou

O mistério do velejador que saiu para testar um piloto automático e nunca mais voltou

No início da tarde de 15 de janeiro deste ano, o velejador Edison Gloeden, de 66 anos, mais conhecido como “Alemão”, saiu sozinho com seu veleiro, o Sufoco, de pouco mais de nove metros de comprimento, de uma marina na cidade de Santos, para testar um piloto automático que havia instalado no barco, e disse que voltaria rápido.

Mas nunca mais retornou.

Desde então, lá se vão mais de três meses, sua esposa, a ex-professora aposentada Maria de Fátima Alves, de 65 anos, vive um angustiante drama: o de tentar saber o que aconteceu com seu marido.

“Eu preciso saber como a vida dele terminou. É como parar de ler um livro na metade e jamais conhecer o final da história”.

A rigor, há três possibilidades para o que possa ter ocorrido com o velejador paulista: naufrágio do barco, queda acidental dele no mar, ou mal súbito de saúde a bordo.

Ou uma coisa em decorrência da outra.

Das três hipóteses, a menos provável é o afundamento do barco, já que não apareceu nenhum vestígio boiando no mar, sobretudo em se tratando de uma baía, como a de Santos.

Já a suspeita de queda acidental do velejador no mar é a mais forte.

Como estava sozinho no barco, e com o motor sendo comandado pelo piloto automático, equipamento que ele havia saído justamente para testar, Gloeden pode ter perdido o equilíbrio ao fazer alguma função no convés e caído no mar, enquanto o veleiro seguiu em frente, de maneira autônoma, sem que ele conseguisse alcançá-lo, à nado.

Mas ele também pode ter caído na água já desacordado, por conta da terceira hipótese aventada: a de mal súbito – embora, aparentemente, o velejador não tivesse nenhum problema sério de saúde.

Também as hipóteses de fuga e suicídio logo foram descartadas, porque que nada indicou que ele tivesse motivos para isso.

Já a esposa do velejador tem uma quarta teoria para o desaparecimento do marido: uma avaria no barco.

“Ele pode ter tido algum problema mecânico, elétrico ou nas velas, e não conseguiu voltar. Ou, por este motivo, ter passado mal e ficado desacordado”, argumenta Maria de Fátima.

Fato é que nenhum pedido de socorro ou ajuda pelo rádio – ou pelo seu telefone celular – foi feito pelo velejador, na tarde em que desapareceu junto com seu barco, bem diante da maior cidade do litoral de São Paulo.

Uma projeção feita por um especialista estimou que, caso o piloto automático tenha conduzido autonomamente o veleiro até acabar o combustível do motor, isso daria entre 25 e 30 horas de navegação, o que significa que o barco pode ter avançado mais de 200 quilômetros mar afora, antes de ficar à deriva.

E isso aconteceria numa região que sofre a ação de uma forte correnteza que desce para o sul do país, e vai se afastando cada vez mais da costa brasileira – o que explicaria por que o veleiro não foi encontrado nas buscas iniciais feitas pela Marinha e pelo Corpo de Bombeiros.

Neste caso, na hipótese de o veleiro de Gloeden não ter afundado – na época do sumiço ou depois disso -, especialistas também consideram que, com base nas correntes marítimas predominantes na região, ele poderá surgir em algum ponto da costa sul da África, dentro de alguns meses.

Ou anos, dependendo da intensidade dos ventos.

E, talvez, ainda em bom estado, de forma que seja possível periciá-lo.

É a única esperança que resta à Maria de Fátima, para saber o que – afinal? – aconteceu com o seu marido, após sair para testar um simples equipamento no seu barco, naquela tarde, no mar de Santos, e nunca mais retornar.

Gosta de histórias sobre o mar?

Então, leia muitas delas nos livros HISTÓRIAS DO MAR – 200 CASOS VERÍDICOS DE FAÇANHAS, DRAMAS, AVENTURAS E ODISSEIAS NOS OCEANOS, cujos VOLUMES 1 e 2 podem ser comprados CLICANDO AQUI, com desconto de 25% para os dois volumes e ENVIO GRÁTIS.

VEJA O QUE ESTÃO DIZENDO SOBRE OS LIVROS HISTÓRIAS DO MAR


Sensacional! Difícil parar de ler”.
Amyr Klink, navegador

“Leitura rápida, que prende o leitor”.
Manoel Júnior, leitor


“Um achado! Devorei numa só tacada”.
Rondon de Castro, leitor

“Leiam. É muito bom!” 
André Cavallari, leitor

 

Sem água, sem roupas e sem motor. O velejador que desafiou tudo na volta ao mundo e fez história

Sem água, sem roupas e sem motor. O velejador que desafiou tudo na volta ao mundo e fez história

Acima de tudo, o velejador argentino Vito Dumas foi um sujeito ousado.

Entre outras proezas, entre 1942 e 1943 ele fez, sozinho, a primeira circum-navegação do planeta pelo paralelo 40 graus Sul, uma faixa oceânica abaixo de todos os continentes (exceto a Antártica) e dominada por temperaturas cruéis, mar sempre grosso e ventos tão violentos que ganharam o apelido (dado por ele próprio, por sinal) de “40 Bramadores” – porque “rugem” dia e noite.

Um roteiro, até então, considerado duro demais para ser tentado por algum velejador em solitário.

Mas não para Vito Dumas.

O argentino gastou 272 dias para cumprir aquela duríssima travessia, sobretudo porque o seu barco, o Lehg, iniciais de “Lucha, Entereza, Hombría e Grandeza” (“Luta, Integridade, Masculinidade e Grandeza”, em português), valores que precisou mesmo ter para completar a viagem, era tão espartano que não tinha sequer motor nem tanque para armazenar água doce.

Quando sentia sede, Dumas bebia água da chuva. Quando chovia – o que, felizmente, naquelas altas latitudes, era frequente.

O argentino tampouco tinha trajes apropriados para aquele frio intenso e permanente.

Para se aquecer, forrava as roupas com folhas de jornal.

Antes disso, ele só havia feito uma única travessia, já que sua entrada no mundo náutico aconteceu por puro acaso.

Dumas era um nadador de longos percursos, quando, em 1931, decidiu atravessar o Canal da Mancha a nado.

Mas, vencido pelo cansaço, desistiu antes de chegar à outra margem.

Envergonhado, decidiu que não voltaria para a Argentina de cabeça baixa.

Comprou, então, um veleiro ali mesmo, na Inglaterra, e embora nada soubesse sobre barcos e navegação, resolveu retornar velejando, o que significava atravessar nada menos que o Atlântico – o que ele fez com galhardia.

Quando chegou a Buenos Aires, Dumas já tinha tomado gosto em definitivo pelo mar e não mais pararia de navegar.

Mas sempre de maneira bem precária e quase nada planejada.

Dois anos depois daquela sua ousada, mas bem-sucedida, volta ao mundo pela parte de baixo do globo terrestre, Dumas partiu para uma nova jornada em solitário, a bordo do mesmo barco.

Desta vez, resolveu ir de Buenos Aires a Nova York.

Mas, como ele insistia em não ter um motor no seu barco (porque dizia que para um veleiro bastavam os ventos…), não conseguiu penetrar no Rio Hudson, que banha a maior cidade americana, por causa da forte correnteza contrária.

Ou seja, Dumas foi até a entrada de Nova York para então descobrir que não conseguiria chegar até ela.

Mas ele não se abateu com o imprevisto.

Ali mesmo, deu meia volta e tomou outro rumo, cruzando o Atlântico, até os Açores — onde também não conseguiu aportar, por conta da alternância de calmarias e ventos contrários.

Dos Açores, aproou, então, de volta a América do Sul e foi dar na costa do Ceará, depois de mais de 100 dias no mar, sem parar em lugar algum.

Dumas foi um navegador nato, que, na água, se sentia em casa.

Morreu em 1965, aos 65 anos, quando já era um herói na Argentina e uma lenda náutica mundial.

Dos quatro livros que escreveu, um deles em especial, “Os Quarenta Bramadores”, sobre aquela épica travessia nos confins do mundo, inspirou diversos navegadores a repetirem o seu feito, o que se tornou uma espécie de troféu no currículo de qualquer velejador.

Com aquela insensata travessia, Vito Dumas fez história.

Gostou desta história?

Ela faz parte dos livros HISTÓRIAS DO MAR – 200 CASOS VERÍDICOS DE FAÇANHAS, DRAMAS, AVENTURAS E ODISSEIAS NOS OCEANOS, cujos VOLUMES 1 e 2 podem ser comprados CLICANDO AQUI, com desconto de 25% para os dois volumes e ENVIO GRÁTIS.

Clique aqui para ler outras histórias

VEJA O QUE ESTÃO DIZENDO SOBRE OS LIVROS HISTÓRIAS DO MAR


Sensacional! Difícil parar de ler”.
Amyr Klink, navegador

“Leitura rápida, que prende o leitor”.
Manoel Júnior, leitor


“Um achado! Devorei numa só tacada”.
Rondon de Castro, leitor

“Leiam. É muito bom!” 
André Cavallari, leitor

O capitão alemão de submarinos U-boats que virou cidadão americano

O capitão alemão de submarinos U-boats que virou cidadão americano

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, muitos ex-oficiais da Marinha Alemã foram viver em outros países, e refizeram suas vidas.

Foi o que também fez o ex-comandante de quatro submarinos nazistas U-boats, Herbert Werner – mas só depois de viver um purgatório nas mãos dos seus inimigos.

Primeiro, Werner foi capturado pelos ingleses e passou um bom tempo passando por interrogatórios diários severos, na Inglaterra.

Depois, foi entregue pelos ingleses aos franceses, que, entre outras punições, o obrigavam a dormir ao relento e a cantar a Marselhesa todas as manhãs.

Até que ele conseguiu fugir da cadeia, e, para escapar dos franceses, quase chegou a se alistar da Legião Estrangeira.

De volta à Alemanha, Werner não ficou muito tempo.

Em 1957, pediu – e conseguiu – cidadania americana, apesar de ter afundado seis navios Aliados durante os combates.

Herbert Werner foi, então, viver na Flórida, onde escreveu o livro Caixões de Ferro, considerado um dos melhores relatos já feitos sobre a insana vida dos marinheiros dentro dos U-boats

E ali ele morreu, em abril de 2013, como cidadão americano.

Gostou desta história?

Ela faz parte dos livros HISTÓRIAS DO MAR – 200 CASOS VERÍDICOS DE FAÇANHAS, DRAMAS, AVENTURAS E ODISSEIAS NOS OCEANOS, cujos VOLUMES 1 e 2 podem ser comprados CLICANDO AQUI, com desconto de 25% para os dois volumes e ENVIO GRÁTIS.

Clique aqui para ler outras histórias

VEJA O QUE ESTÃO DIZENDO SOBRE OS LIVROS HISTÓRIAS DO MAR


Sensacional! Difícil parar de ler”.
Amyr Klink, navegador

“Leitura rápida, que prende o leitor”.
Manoel Júnior, leitor


“Um achado! Devorei numa só tacada”.
Rondon de Castro, leitor

“Leiam. É muito bom!” 
André Cavallari, leitor

O navio alemão da Primeira Guerra Mundial que navega até hoje

O navio alemão da Primeira Guerra Mundial que navega até hoje

Os raros turistas que decidem atravessar o lago Tanganika, entre a Tanzânia, Burundi, Zâmbia e a República Democrática do Congo, no leste da África, costumam levar um susto quando vêem o barco no qual será feita aquela viagem.

Trata-se do MV Liemba, um arcaico navio a vapor construído em 1913 (portanto, 110 anos atrás), que combateu nas águas daquele mesmo lago, na Grande Guerra Mundial – a Primeira e não a Segunda.

É o único navio usado naquele conflito que ainda navega normalmente e, também, um dos mais antigos barcos de passageiros em atividade no mundo.

Mas o que torna o MV Liemba ainda mais interessante é a sua própria história.

Ele foi construído em pedaços na Alemanha, com o nome Goetzen, para ajudar a defender o leste africano, então dominado pelos alemães.

Mas só foi montado na distante Tanzânia, já que, como o lago Tanganika fica quase no meio do continente africano, não daria para chegar lá navegando.

O navio foi dividido em cerca de 5 000 caixas, que foram transportadas (primeiro de navio, depois de trem, num total de 14 000 quilômetros) da Europa até o coração da África, onde, finalmente, foi montado – feito um gigantesco Lego.

A montagem do Goetzen, que era equipado com quatro poderosos canhões, só ficou pronta em 1915, quando a Primeira Guerra já corria solta na Europa e ameaçava invadir os domínios alemães na África.

Mas logo o navio se transformou em uma espécie de barreira contra a penetração dos aliados naquela parte da África, porque não havia outro barco tão bem equipado na região.

Os ingleses, então, decidiram usar o mesmo expediente dos alemães e despacharam para o lago dois outros navios, igualmente desmontados.

Mas nem assim conseguiram derrotar o Goetzen, que seguiu garantindo a liderança alemã no coração da África.

Até que, já sem recursos para continuar se defendendo dos ataques cada vez mais violentos dos Aliados, os próprios alemães decidiram por um fim ao seu valioso navio: retiraram os quatro canhões que o equipavam e ordenaram que a própria tripulação do Goetzen o afundasse nas águas do Tanganika, para que ele não caísse nas mãos dos inimigos.

Durante oito anos, o navio ficou submerso.

Até que, com o fim dos combates, uma equipe inglesa resolveu resgatar o barco.

Inflaram centenas de barricas sobre o casco e fizeram o outrora mais poderoso navio de combate da África voltar à superfície.

Em seguida, doaram o navio ao governo da Tanzânia, que o rebatizou MV Liemba, e o colocou para fazer o transporte de cargas e pessoas, no próprio lago.

O que acontece até hoje, quase cem anos depois.

Gostou desta história?

Ela faz parte dos livros HISTÓRIAS DO MAR – 200 CASOS VERÍDICOS DE FAÇANHAS, DRAMAS, AVENTURAS E ODISSEIAS NOS OCEANOS, cujos VOLUMES 1 e 2 podem ser comprados CLICANDO AQUI, com desconto de 25% para os dois volumes e ENVIO GRÁTIS.

Clique aqui para ler outras histórias

VEJA O QUE ESTÃO DIZENDO SOBRE OS LIVROS HISTÓRIAS DO MAR


Sensacional! Difícil parar de ler”.
Amyr Klink, navegador

“Leitura rápida, que prende o leitor”.
Manoel Júnior, leitor


“Um achado! Devorei numa só tacada”.
Rondon de Castro, leitor

“Leiam. É muito bom!” 
André Cavallari, leitor