Havia três semanas que o velejador australiano Tim Shaddock, de 51 anos, havia partido da enseada de La Paz, na Baja Califonia mexicana, rumo à Polinésia Francesa, levando como única companhia a bordo do seu surrado catamarã Aloha Toa uma cadelinha que ele encontrara...

O barquinho de brinquedo que atravessou, sozinho, um oceano inteiro
No início do ano passado, atendendo a um pedido de dois garotos escoceses, os irmãos Harry e Ollie Ferguson, de seis e oito anos respectivamente, um navio depositou na costa do litoral africano, na altura da Mautitânia, um barquinho de brinquedo, do tamanho de uma caixa de sapatos.
O objetivo, tanto dos meninos quanto do próprio capitão do navio, que decidiu embarcar na brincadeira depois de ter sido contatado pelos pais dos garotos, era descobrir se o tal barquinho, um pequeno navio pirata montado com pecinhas plásticas de Playmobil, mas com um aparelho de GPS dentro dele (além de um bilhete, escrito pelos próprios garotos, pedindo a quem o encontrasse que o devolvesse ao mar, para “seguir viagem”), conseguiria atravessar, sozinho, o Oceano Atlântico, movido apenas pelas correntes marítimas – um misto de brincadeira com experiência científica. E assim foi feito.
Pouco mais de três meses depois, para surpresa geral, o barquinho dos dois garotos (que, graças ao GPS, era monitorado o tempo todo através de um site criado pelos seus pais na internet) foi dar, intacto, na costa da Guiana, do outro lado do Atlântico, a quase 4 000 quilômetros de distância.
Ali, o barquinho prescreveu uma curva, embarcou em outra corrente marítima e seguiu “navegando” até as imediações da ilha de Barbados, onde, por fim, desapareceu das telas dos computadores.
A improvável façanha do barquinho de plástico que atravessou o oceano foi notícia no mundo inteiro e ajudou a transformar o projeto dos pais dos garotos, que prevê fazê-los participar de 500 aventuras e descobertas antes de completarem 18 anos, numa espécie de método educativo alternativo e serviu de estímulo para outras famílias fazerem o mesmo com seus filhos.
Algumas experiências do projeto eram bem singelas, como passar uma noite acampado no quintal de casa ou lançar um enorme aviãozinho de papel do alto de uma montanha, para ver por quanto tempo ele voava. Outras, bem mais elaboradas, como a própria viagem do barquinho de plástico de um lado a outro do Atlântico. “Mas, todas divertem os garotos e os fazem aprender algo novo”, disse o pai dos garotos, o escocês MacNeill Ferguson.
“No caso do barquinho, queríamos que eles aprendessem sobre as correntes marítimas de uma maneira prática e bem mais divertida do apenas lançando uma garrafa ao mar”, explicou.
Entusiasmada com a repercussão da curiosa travessia do barquinho em miniatura, uma editora inglesa decidiu lançar um livro contando a saga do brinquedo no Atlântico, façanha que os dois garotos e uma legião de fãs mundo afora, acompanharam, diariamente, pela internet.
Pena a brincadeira acabou.
Desde que atingiu a região entre Barbados e a Jamaica, o barquinho de plástico de meninos parou de emitir sinais de GPS e não pode mais ser monitorado.
Naufrágio? Sim, é possível, já que não passava de um brinquedo de plástico. Mas o mais provável é que a bateria que alimentava o seu GPS tenha apenas terminado, deixando o barquinho sem contato.
Neste caso, ele bem pode estar flutuando em algum ponto do mar do Caribe até hoje. E convém não duvidar disso, como duvidaram aqueles que achavam que um brinquedo jamais conseguiria atravessar, sozinho, um oceano inteiro.
Um resgate mais que improvável
O mistério do Joyita
Na manhã de 3 de outubro de 1955, o Joyita, um ex-iate de luxo transformado em barco cargueiro, partiu do porto de Apia, capital de Samoa, no Pacífico Sul, com destino ao arquipélago de Tokelau, distante cerca de 270 milhas náuticas. Levava 25 pessoas e um...
A incrível corrida de transatlânticos no oceano
No início do século 19, quando todas as viagens entre Europa e Estados Unidos só podiam ser feitas pelo mar, uma vez que os aviões ainda não tinham sido inventados, alguns donos de empresas marítimas inglesas decidiram criar uma espécie de prêmio, a ser dado ao navio...
O misterioso submarino que invadiu o mar argentino
No primeiro dia de fevereiro de 1960, o radar do navio patrulha Murature, da Armada Argentina, detectou a presença de um submarino nas águas do Golfo Nuevo, no litoral sul daquele país. Como não havia nenhuma informação sobre a presença de um submarino atuando na...
O caçador de naufrágios que briga com um governo por um tesouro da Segunda Guerra Mundial
Em novembro de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, um submarino japonês atacou e afundou o navio inglês SS Tilawa, quando ele navegava a cerca de 1 500 quilômetros da costa da África, com 958 pessoas a bordo e uma carga igualmente valiosa: 60 toneladas de lingotes...
O mistério do velejador que saiu para testar um piloto automático e nunca mais voltou
No início da tarde de 15 de janeiro de 2023, um domingo de sol, o velejador Edison Gloeden, mais conhecido como “Alemão”, dono de boa experiência em navegação, saiu sozinho com seu barco, um veleiro Brasilia de 32 pés, batizado “Sufoco”, da marina onde ficava...
Comentários