Na manhã de 3 de outubro de 1955, o Joyita, um ex-iate de luxo transformado em barco cargueiro, partiu do porto de Apia, capital de Samoa, no Pacífico Sul, com destino ao arquipélago de Tokelau, distante cerca de 270 milhas náuticas. Levava 25 pessoas e um...
Uma tragédia seis vezes pior que a do Titanic
O mais famoso naufrágio da História, o do Titanic, matou mais de 1 500 pessoas. Mas não foi o pior de todos os tempos. Em número de vítimas, o do navio alemão Wilhelm Gustloff foi seis vezes mais trágico.
Inacreditáveis 9 300 pessoas (possivelmente mais) morreram quando ele foi a pique, em 30 janeiro de 1945, na reta final da Segunda Guerra Mundial, ao ser torpedeado por um submarino russo, no mar Báltico.
Na ocasião, o Wilhelm Gustloff estava abarrotado de civis alemães evacuados da atual Polônia, e de soldados nazistas feridos naqueles derradeiros dias da Guerra.
Dos estimados 10 500 ocupantes do navio (o número exato jamais foi sabido), apenas 1 200 sobreviveram a tragédia, que, até hoje, poucos conhecem.
Tudo começou no porto da atual cidade polonesa de Gdansk, onde uma ansiosa multidão aguardava a chegada do navio, porque o exército russo estava se aproximando rapidamente.
Quando o Gustloff atracou, foi impossível controlar a invasão do navio. Todo mundo queria escapar dali. Estava previsto que ele levaria 6 000 pessoas. Entraram mais de 10 000 – estima-se que quase metade mulheres e crianças.
Todo mundo sabia aquela travessia até Kiel seria de alto risco, por conta dos submarinos russos que costumavam patrulhar as geladas águas do Báltico. Tanto que o Gustloff ganhou a escolta de um torpedeiro. Mas foi muito pior que isso.
Em tempos de guerra, os navios navegavam com todas as luzes apagadas, para não serem avistados pelos inimigos. Mas, temendo um acidente, já que uma frota de navios se aproximava no sentido contrário, a junta de quatro oficiais que o comandava o Gustloff decidiu não fazer isso.
O resultado foi que o grande navio foi facilmente visto por um submarino russo, que disparou quatro torpedos. Eram nove da noite de uma congelante noite de inverno. E início de uma tragédia de proporções inéditas.
O Wilhelm Gustloff levou menos de uma hora para afundar por completo. E, por conta da superlotação, não havia botes salva-vidas para todos.
Além disso, pouquíssimos botes foram baixados ao mar, porque boa parte dos marinheiros que sabiam manuseá-los ficaram presos nos conveses inferiores, que, por ordem da junta de comandantes, foram trancados para tentar conter a inundação do navio.
Sem alternativa, a maioria dos passageiros se atirou no mar, apesar da água congelante. Quase todos morreram afogados, vítimas de hipotermia, deixando um horripilante rastro de corpos na água.
O navio torpedeiro que escoltava o Gustloff rapidamente pediu ajuda. E logo chegaram mais barcos alemães. Mas o submarino voltou a atacar e todos os navios que fariam o resgate das vítimas partiram, decretando o triste fim dos já poucos sobreviventes do navio que ficou conhecido entre os alemães como o “Titanic de Hitler” – uma tragédia que, ao contrário da que acometeu o mais lendário dos transatlânticos, foi praticamente ignorada pela História.
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