Em 1998, o nadador francês (depois naturalizado americano) Benoit “Ben” Lecomte protagonizou um feito sem igual: atravessou o Atlântico Norte à nado, dos Estados Unidos à França.

A façanha durou 73 dias, mas, obviamente, Lecomte não nadou dia e noite sem parar, o que seria humanamente impossível.

Para vencer o oceano no braço, ele teve a ajuda de um barco de apoio, ao qual recorria para dormir, comer e descansar.

Mas foi justamente este barco que levantou suspeitas sobre a legitimidade da sua travessia, já que, enquanto ele dormia, a embarcação seguia navegando, poupando assim muitas braçadas ao nadador.

Além disso, exausto, ele também fez uma parada de uma semana nos Açores, para descansar, antes de voltar para o mar e nadar até a costa da Bretanha.

Para proteger o nadador, o barco era equipado com um sistema eletromagnético que repelia os tubarões na água. Mesmo assim, durante cinco dias, Lecomte foi sinistramente seguido por um grande tubarão. Mas nem assim ele interrompeu sua obstinada jornada, que teve por objetivo colher donativos para uma campanha de combate ao câncer, em homenagem ao seu pai, morto pela doença um pouco antes – além de torná-lo mundialmente famoso.

Ao chegar a uma praia francesa, Lecomte ajoelhou-se na areia e pediu a namorada em casamento.

Mais tarde, um cálculo feito por especialistas mostrou que, graças a movimentação do barco, Lecomte “só” teria nadado pouco mais da metade da distância que separa a América da Europa.

Ainda assim um feito extraordinário.

Vinte anos depois, em 2018, Lecomte, por muito pouco não realizou outra façanha ainda mais impressionante: a travessia do oceano Pacífico também à nado.

Ele só não completou a travessia do maior oceano no planeta movido apenas pela força dos braços porque, após dois terços do percurso, seu barco de apoio quebrou e a expedição teve que ser interrompida no Havaí.

Ou seja, de novo, o maior problema de Lecomte não foi a sua incrível capacidade de superar oceanos à nado, mas sim o seu barco.

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