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Neste momento, enquanto alguns bilhões de pessoas no mundo inteiro estão confinadas em suas casas, privadas de se movimentarem e sentindo os desconfortos do isolamento social e a insegurança gerada pelo risco da contaminação pelo Covid-19, um grupo de brasileiros não mudou em praticamente nada a sua rotina.
Seguem livres para sair de casa e se divertem em torno dela, com a certeza e a tranquilidade de que, mesmo fazendo isso, não correm risco de contrair o vírus.
Porque o local onde eles vivem é praticamente imune ao avanço do coronavírus.
Eles moram no mar, onde, pela própria característica do ambiente e completa escassez de pessoas, o vírus não consegue se espalhar.
E suas casas são barcos, que podem, inclusive, mudar de lugar, se surgir algum risco de o vírus chegar até lá.
“Nesse momento, estamos mais seguros do que qualquer brasileiro que viva em terra firme”, diz, com explícito alívio, o paulista Wladimir Popoff, que mora com a mulher, Rosane, em um veleiro, que geralmente fica ancorado perto das ilhas desertas da região de Paraty.
“Aqui, onde estamos, não há nenhum outro ser humano num raio de cinco quilômetros. E, se a gente quiser, dá para mudar a nossa ´casa` para ainda mais longe”, diz Wladimir, que se sente especialmente aliviado porque, tanto ele quanto a mulher, que já passaram dos 60 anos de idade, fazem parte do chamado “grupo de risco“ do vírus.
“Estamos naturalmente protegidos pelo mar”, diz Wladimir. “Só lamentamos não poder trazer para cá também os nossos parentes idosos, porque o espaço no barco é limitado”.
“Quem mora em um barco está menos preocupado, porque sabe que, se precisar, tem como escapar das áreas de contaminação, levando a casa junto”, diz a ex-enfermeira Guta Favarato, que, junto com o marido, mora em um veleiro. “Basta levantar âncora e ir para um local mais seguro, pelo menos por um tempo”.
O mesmo alívio de Wladimir, Rosane e Guta está sendo sentido, neste momento, por todas as pessoas que resolveram trocar uma casa por um barco e a vida em terra firme pelo mar.
Como o também casal Alcides Falanghe e Tatiana Zanardi, que, dez anos atrás, trocaram um apartamento em São Paulo por um veleiro no Caribe, no qual hoje moram e ganham a vida, recebendo e levando turistas brasileiros para passear nas Ilhas Virgens Britânicas.
“Quem mora num barco já vive um tipo de isolamento natural, porque não há nem vizinhos assim tão perto. Portanto, para nós, não mudou nada. Exceto a preocupação com os familiares, no Brasil”, diz Alcides, que é mergulhador e segue sua rotina diária sem nenhum contratempo, inclusive mergulhando no mar em torno do seu barco-casa. “Temos sorte de estar nessa situação”, admite.
Mas, com base na experiência adquirida pela estreita convivência do casal no pequeno espaço de um barco, a mulher de Alcides, a chefe de cozinha Tatiana, tem um conselho a dar às famílias, que, por conta da recomendação dos órgãos de saúde, agora tenderão a ficar os próximos dias confinadas, dia e noite, dentro de casa.
“É preciso ficar atento, também, à saúde mental das pessoas, porque nem sempre é fácil dividir o mesmo espaço com mais gente, o tempo todo”, diz Tatiana, com a autoridade de quem vive nos poucos metros quadrados do seu barco com o marido, há uma década. “Depois de certo tempo, a convivência tão estreita – e, ainda por cima, obrigatória – tende a deteriorar as relações familiares”, adverte.
“O segredo é fazer do limão uma limonada, e aproveitar o confinamento para pôr o papo em dia com a família, por exemplo,” aconselha Tatiana. “Quando o espaço é limitado e precisa ser compartilhado, é preciso haver tolerância e bom humor, porque não existe a válvula de escape de ir para as ruas, por exemplo. Por isso, quem mora num barco não briga, porque não tem espaço nem para evitar encontrar o outro dentro de ‘casa'”, brinca.
“Quem vive cercado pelo mar está, por si só, afastado das demais pessoas, portanto com menos chances de contrair o vírus nesse momento”, diz outro veterano no assunto, o velejador ítalo-brasileiro Elio Somaschini, de 71 anos, que já morou durante anos em veleiros e, neste momento, está na França.
Mas, ele acrescente. “Cedo ou tarde, todos irão pegar esse vírus, porque vai virar mais um tipo de resfriado. Mesmo quem vive no mar. O negócio é tentar fazer o vírus se espalhar o mais lentamente possível, para dar tempo de surgirem remédios, e o organismo humano criar anticorpos. Poucos morrem de gripe hoje em dia, mas muitos já morreram no passado, quando também foi epidemia”, analisa o experiente navegador.
Quem também pensa dessa forma é o casal Adriano Plotzki e Aline Sena, que moram em um veleiro há cinco anos, e até criaram um canal no YouTube, o Hashtag Sal, dedicado a quem, como eles, tem o mar como endereço.
“A gente sabe que, em algum momento, o vírus vai chegar até nós, mesmo passando temporadas isolados no mar”, diz Aline. “Mas também sabemos que, por enquanto, durante essa pandemia, podemos nos afastar da costa e, ao mesmo tempo em que nos protegemos, ajudamos a não disseminar ainda mais o vírus entre as pessoas”, analisa.
“De certa forma, quem mora no mar já vive um tipo de confinamento voluntário”, completa Adriano.
Essa opinião é compartilhada por dez em cada dez pessoas que optaram por morar em um barco, em vez de uma casa.
“É nessas horas que a gente vê as vantagens de ser um pouco mais autossustentável”, avalia a gaúcha Gergia Spiandorello, que junto com o marido, Diego, também mora em um veleiro, que, no momento, está nas distantes ilhas da Polinésia Francesa.
“Nesse instante, o nosso barco é o melhor lugar do mundo onde poderíamos estar”, diz Georgia. “Ainda mais na Polinésia Francesa, que, de tão isolada, mais parece que está em outro planeta”.
E ela completa: “Quem mora em um barco já está acostumado a não ter muito contato com outras pessoas e a prever recursos para ficar muito tempo vivendo no mar. Portanto, um isolamento se torna bem menos complicado”.
“Só não saímos ainda do apartamento e mudamos para o barco, porque ele ainda não está cem por cento pronto. Mas, diante desse quadro, não descarto essa possibilidade”, diz o capixaba Felipe Tessarolo, que junto com a mulher, a bióloga Giovanna, comprou um pequeno veleiro, no final do ano passado, com planos em transformá-lo na nova casa da família, que incluiu um enteado.
O barco, que ele mesmo está reformando nas horas de folga, está ancorado bem diante de Vitória, onde eles moram, em um apartamento alugado. Mas, como fica no mar, e não nas ruas, é bem menos suscetível ao contato com o vírus. “É o nosso plano de fuga”, diz Felipe.
Mesmo quem não pode sair do barco está se sentindo mais protegido dentro dele. É o caso do casal também gaúcho Bruna Sobé e Jairo Machado, cujo veleiro, no qual moram há oito anos, está retido em uma marina de Ushuaia, na Argentina, que fechou todos os seus portos, no início da semana.
“Não podemos sair daqui, mas ainda é mil vezes melhor estar no barco do que na cidade, onde, inclusive, ninguém pode sair de casa. Estamos presos na marina, mas de certa forma aliviados, porque, como ela está fechada, ninguém chega até o nosso barco”.
“De certa forma, estamos ´ilhados`, mas, ainda assim, em bem melhor situação do que se estivéssemos trancados em um apartamento ou morando numa cidade”, completa a mineira Christina Amaral, cujo barco também está retido na mesma marina em Ushuaia.
Em melhor situação está quem ergueu velas e saiu para o mar, antes de os confinamentos nos portos de diversos países serem decretados.
Como aconteceu com a família brasileira Quaresma Gandelman, pai, mãe e filho, de 12 anos de idade, que moram no veleiro Plancton, e estão navegando com sua casa-móvel entre as ilhas do Caribe.
“Saímos da Martinica um dia antes de fecharem o porto e, agora, estamos avançando, bem devagar, rumo a qualquer outra ilha onde seja mais seguro ancorar”, explica Cecília Quaresma, que é professora formada e transformou o barco-casa da família também em escola, para que o filho Igor siga estudando durante a viagem.
“Estamos tranquilos por estarmos protegidos contra o vírus no mar, e por termos estoque de alimento para ficar meses no barco, se necessário”, diz Cecília, que brinca: “Aqui, nem a escola do Igor parou”.
Ela, no entanto, tem acompanhado as notícias pela internet e teme pelos seus familiares. “De vez em quando, também somos tomados pela ´pandemia do pânico´, mesmo sabendo que estamos seguros no barco”, admite.
Já outra família que vive a bordo de um veleiro, os argentinos Juan Dorda, Constanza Coll e o filho Ulisses, de apenas dois anos, que estão há meses ancorados na Ilha Grande, no litoral sul do Rio de Janeiro, onde a rotina de passeios diários pelas praias desertas da ilha não foi alterada, tem outra preocupação nesse momento, embora compartilhem da mesma sensação de segurança, justamente por morarem em um barco: Constanza está no sétimo mês de gravidez e o plano original era ter o bebê em um hospital da região.
“Mas, agora, com essa corrida aos hospitais, que tende a gerar o caos, estamos começando a achar que pode ser mais seguro ter o bebê no próprio barco, como já nos sugeriram fazer”, cogita Constanza.
Que completa: “Não quero que meu bebê nasça em um ambiente de risco. Sei que fazer um parto em um veleiro não é o ideal, mas, no mar, pelo menos não há vírus”.
Tal qual milhões de crianças brasileiras, o menino Igor Quaresma Gandelman, de 12 anos, recentemente voltou às aulas.
Mas sua escola é diferente de todas as outras, porque fica no próprio barco onde ele vive, com o pai e a mãe – que também é a sua professora.
Neste momento, a curiosa casa-escola flutuante de Igor está no Caribe, já que a família está fazendo uma longa viagem, de ilha em ilha.
Mas nem por isso ele deixará de ir à escola.
Porque ela vai junto com o barco, para onde ele for.
“O Igor nasceu e cresceu no nosso veleiro, que sempre foi a nossa casa. Então, nada mais natural do que também estudar nele, já que sou professora formada”, diz a mãe do garoto, Cecília Quaresma, de 47 anos, que se divide entre as funções de mãe, velejadora e professora no barco-casa da família, que neste instante está na Ilha de Grenada, no Caribe, a caminho de outras ilhas.
Quase todos os dias, sempre que as condições do mar permitem, Igor senta-se na cabine do barco, transformada em sala de aula, e aprende coisas durante cerca de duas horas.
O método de ensino é o mesmo das escolas que seguem a pedagogia Waldorf, que pratica o desenvolvimento físico, espiritual, intelectual e artístico dos alunos através de atividades muitas vezes lúdicas, como cantos, poesias e pinturas, na qual sua mãe é formada.
O método Waldorf, que não segue livros didáticos, também dá grande autonomia aos professores para determinar o currículo e metodologia de ensino aos alunos, o que, no caso de Igor, é um facilitador e tanto.
“Por morar num barco, o Igor vive situações que as crianças de escolas convencionais não conseguem experimentar”, analisa a mãe-professora, que, todas as manhãs, prepara cuidadosamente cada aula que irá dar, enquanto medita, olhando para o mar.
“A vida num barco é muito rica em experiências e a metodologia Waldorf consiste, basicamente, em despertar nas crianças o interesse em aprender, o que gera um casamento perfeito. Hoje, o Igor aprende mais no barco do que numa sala de aula convencional”, diz Cecília, que garante dormir tranquila quanto a educação do filho. “Até porque conheço bem a professora dele”, brinca.
As aulas a bordo começam com uma simples saudação de “bom dia”, diante de uma lousa adaptada na cabine do barco.
“A saudação formal é o divisor de águas para o Igor. Ela sinaliza que, dali em diante, não sou mais a mãe e sim a professora, e ele entende isso claramente. Mas o aprendizado continua mesmo quando a aula acaba, porque, como viajamos com o barco, ele vai aprendendo sobre geografia e diferentes culturas na prática, já que vive isso de fato”.
O pai de Igor, o ex-advogado Fábio Galdelman, de 46 anos, que 18 anos atrás largou tudo e foi viver no veleiro que ele construiu a duras penas (e que, depois, com o casamento com Cecília e o nascimento de Igor, virou a casa da família), também ajuda no aprendizado do filho, ministrando aulas de inglês, trabalhos manuais e navegação, “que ele já domina feito um adulto, porque vive isso desde pequenininho”, explica.
“Nossa dedicação ao aprendizado do Igor é total e integral, já que, de certa forma, ele ´mora` na própria escola”, diz a mãe-professora. “E é uma sala de aula de um só aluno, o que gera uma dedicação do professor e um poder de absorção muito maior”, analisa.
“Pela metodologia Waldorf, no próximo período, que será o sétimo ano, o Igor terá que aprender sobre a Era dos Descobrimentos, e, para isso, nada melhor do que estar num barco, certo?”, diz Cecília, que só se preocupa com a ausência de outras crianças na “escola” do filho.
Para compensar isso, o casal organiza roteiros com diversas paradas, para que Igor tenha contato com crianças nos lugares por onde o barco passa. E, uma vez em terra firma, organizam muitos passeios e atividades, para estimular a socialização do menino, que diz adorar a vida que leva.
“Nós não queríamos esperar até que o Igor crescesse para poder viajar pelo mundo”, explica Cecília. “Ao contrário, queríamos que ele aprendesse coisas na prática desde pequeno, daí a decisão de sair navegando ainda durante o período escolar. De certa forma, viajamos por causa dele, embora isso faça bem para todos nós, e mantenha a família ainda mais unida”.
O barco-casa-escola de Igor é um veleiro de pouco mais de 13 metros de comprimento, com três quartos, sala, cozinha e banheiro, com casco bem resistente e construído com capacidade para fazer longas viagens, como a que a família está fazendo agora.
Não há um roteiro rígido, mas o plano inicial é, após passar meses visitando as ilhas do Caribe, cruzar o oceano Atlântico até a Europa, para, depois, retornar ao Brasil, “talvez no final do ano que vem, se o dinheiro aguentar até lá”, diz o casal, que, para se manter, leva turistas para passear no seu barco nos lugares por onde passa, atividade que no meio náutico é conhecida como “charter”, e faz pequenos serviços de manutenção e reparos em outros barcos.
“A gente se vira para ganhar algum dinheiro, mas, ao menos, não gastamos com escola e ainda sabemos que o Igor está tendo um bom aprendizado”, diz Cecília, que se diz “totalmente tranquila” quanto a educação do filho. “O que ele aprende nas aulas no barco é acima do que aprenderia numa escola convencional”, garante.
Os Gandelman não são a única família com filhos pequenos que optaram por morar num barco – embora o mais comum sejam casais viverem dessa forma.
Mas, no Brasil, talvez sejam os únicos a montarem uma escola de fato a bordo de um barco. Uma escola sem uniforme, mas com metodologia e professora habilitada para isso.
“O Igor está tendo um ótimo aprendizado e isso, no futuro, vai render grandes frutos”, garante a mãe-professora-navegadora Cecília.
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Mesmo nos dias de hoje, garrafas lançadas ao mar com mensagens dentro delas não são nada raras.
Quase sempre as mensagens resumem-se a simples saudações e o inevitável pedido de contato para quem a encontrar, como uma forma primitiva de Facebook.
Mas nada se compara ao que havia na garrafa que a policial americana Paula Pendleton encontrou numa praia da Flórida, nos Estados Unidos, em setembro de 2019.
Dentro dela, havia um punhado de cinzas de um corpo humano, acompanhada de um bilhete, que explicava o macabro conteúdo da garrafa.
“Esta garrafa contém as cinzas do meu filho Brian, que morreu inesperadamente no dia 9 de março de 2019. Ele sonhava viajar pelo mundo. Então, eu o envio para a sua última aventura”, dizia a mensagem, assinada pela americana Darlene Mullins, mãe do jovem finado.
Aquela história havia começado dias antes, quando Darlene, junto com a neta Peyton, de 14 anos, filha de Brian, decidiu dar um destino incomum a uma parte das cinzas do corpo do filho, morto de ataque cardíaco quando tinha apenas 39 anos.
Ela separou alguns grãos das cinzas para pôr num pingente no colar que sempre usava, e colocou outro punhado na garrafa, juntamente com o bilhete e quatro cédulas de um dólar, “para pagar a despesa telefônica de quem a encontrasse”, pedindo que, além de um contato, a garrafa fosse novamente lançada ao mar, “para seguir sua viagem”.
Pois foi o que fez a policial Paula Pendleton.
Depois de ligar para Darlene e relatar o achado, ela convenceu o capitão de um barco a levar a garrafa até quase o meio do Golfo do México e lá, novamente, depositá-la no mar.
“Meu filho Brian sempre quis conhecer o mundo, mas jamais saiu de nossa pequena cidade, no Texas. Ele, agora, fará isso por um prazo indeterminado”, explicou Darlene, que até pensou em usar uma garrafa plástica, para evitar que ela quebrasse em eventuais choques com rochas ou navios, mas mudou de ideia, para “não poluir o mar”.
Assim sendo, é bem possível que os restos mortais de Brian Mullins estejam navegando até hoje, em algum ponto do Atlântico.
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Sete anos atrás, os paulistas Priscila Lima Silva e Cláudio Diniz se conheceram e começaram a namorar.
Ele era dono de uma pequena confecção e ela trabalhava num escritório, ambos em São Paulo.
Mas a vida corrida e complicada da metrópole não agradava nenhum dos dois.
Foi quando Claudio, que havia sido criado em estreita sintonia com o mar, propôs a namorada que juntassem as economias, comprassem um veleiro e fossem morar nele, tal qual costumava ver na internet o que outros casais haviam feito.
Para surpresa dele, Priscila, que nada sabia sobre barcos e até enjoava com facilidade, topou na hora.
“Sempre gostei de viajar e a ideia de morar numa ´casa´ capaz de se movimentar me agradou, embora eu nunca tivesse pensado em viver num barco”, lembra Priscila, que, até então, levava uma típica vida de jovem assalariada de classe média, em São Paulo.
E assim eles fizeram. Três anos atrás.
Ainda como namorados, Priscila, hoje com 37 anos, e Claudio, com 42, foram viver a bordo do veleiro Beijupirá III, um espaçoso barco com casco de madeira, construído 15 anos atrás, que eles compraram com o dinheiro que haviam juntado.
E, no início de junho do ano passado, partiram, junto com outros veleiros, rumo ao Nordeste brasileiro.
Foi quando eles deixaram de ser namorados, para, durante a própria viagem, se tornarem noivos e, agora, casados – sem praticamente sair do barco.
O pedido de casamento aconteceu durante a escala do grupo no arquipélago dos Abrolhos, no litoral sul da Bahia, e pegou até a própria Priscila de surpresa.
“A gente havia convidado alguns amigos de outros barcos para beliscar no nosso, quando o Claudio, que não tinha me dito nada, fez o pedido, na frente de todo mundo. Foi uma grande surpresa, porque, como já morávamos juntos no barco, achei que jamais haveria casamento. Mas, depois, também houve. Em Fernando de Noronha”.
“Eu ia esperar chegarmos em Noronha para pedir a Priscila em casamento. Mas, na parada em Abrolhos, o astral da viagem estava tão legal, que resolvi antecipar”, explicou Claudio, emocionado. “Daí, em vez de noivar, resolvi casar na ilha e foi melhor ainda. Mas só conseguimos isso graças ao barco, que levou a gente até a ilha sem nenhum custo, já que veleiros são movidos pelo vento e vento é de graça”.
A cerimônia do casamento, bem simples e meramente simbólica, sequer teve padre. Uma amiga do casal disse apenas algumas palavras bonitas diante da capelinha da ilha (que, inclusive, estava fechada), e de um grupo de amigos que o casal fez desde que foram viver no mar.
Desde que decidiram mudar de vida e trocar o apartamento alugado em São Paulo por um veleiro usado em Paraty, Claudio e Priscila vivem do dinheiro que conseguem ganhar hospedando pessoas e as levando para velejar, negócio que, no meio náutico, é conhecido como “charter”.
A própria viagem para Noronha foi custeada pelos dez hóspedes que eles tiveram a bordo, durante a última Refeno, a famosa regata anual que acontece de Recife até a ilha.
“Somos uma espécie de pousada flutuante, com a vantagem de que ela se movimenta e a paisagem vai mudando para os hóspedes. Sem falar que a piscina é gigantesca”, brinca Priscila, que acrescenta: “A gente faz tantos novos amigos com os charters, que, às vezes, nem parece trabalho”.
Quando não estão navegando, Priscila e Claudio ficam em Paraty, de onde partem os charters que eles vendem, a um preço médio de R$ 3 000 o fim de semana, para quatro pessoas.
“Agora, o nosso objetivo é juntar um dinheirinho para tentar subir com o barco até o Caribe”, diz Priscila.
“Viajar é bom demais e é melhor ainda quando a nossa casa vai junto”, completa.
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O motor do pesqueiro Água do Rio Negro, um barco de madeira com 17 metros de comprimento e nove homens a bordo, pipocou, falhou, engasgou e, por fim, parou. No meio do oceano. O diagnóstico veio rápido: a bomba injetora de combustível não funcionava mais. Havia duas bombas reservas a bordo. Mas, na ânsia de trocá-la rapidamente, porque o mar estava grosso, quebrou o suporte que a apoiava ao motor. Agora, não havia jeito: seria preciso esperar pelo socorro, no dia seguinte.
O pesqueiro Água do Rio Negro ficou, então, à deriva, num mar cada vez mais revolto. Era o começo de uma impressionante história, em setembro de 2011, envolvendo o pescador potiguar Francisco Januário, o Zabóia, um dos tripulantes daquele barco avariado. Mas nem nos seus piores pesadelos aquele velho pescador, de 61 anos, conseguiria imaginar o que o aguardaria nos setes dias seguintes. A pior das agonias para quem vive no mar ainda estava por vir. E veio. Horas depois.
Rapaz, você não acha que devia amarrar isso? Se ficar solto, pode cair no mar…” . Foi dito e feito. Ao entardecer daquele sábado de mar mexido e motor morto, uma onda mais forte inclinou o Água do Rio Negro mais do que o habitual e a caixa da balsa salva-vidas, aquela que, um dia antes, ainda no porto, Francisco sugerira ser amarrada ao teto da casaria, despencou feito uma pedra no mar.
“Eu vou buscar!”, avisou ele, quando percebeu que nenhum dos companheiros estava disposto a cair no mar. Pegou uma boia e uma linha grossa de náilon, deu três nós atando uma coisa à outra, e se jogou na água, na direção da balsa, que se afastava rapidamente, por causa da correnteza. Não devia ter feito isso. Mas, na hora, Francisco lembrou que, três dias antes, o Água do Rio Negro voltara ao porto fazendo água e, se acontecesse aquilo de novo, era bom ter uma balsa daquelas por perto. Ele mal sabia o quanto dependeria daquela balsa nos próximos sete dias…
Francisco nadou apenas 20 metros e cansou. O mar estava forte demais. Gritou para ser puxado de volta, pela linha de náilon. Os companheiros puxaram. Mas os nós desataram. “O que é que eu fiz!”, pensou, enquanto tentava, em vão, dar braçadas contra a correnteza. Até que parou de nadar. Não adiantava gastar energias. Gritou para alguém vir buscá-lo. Ninguém se ofereceu. O máximo que fizeram foi atirar outra boia na água. Que a correnteza levou para longe. Tentaram de novo. Nada. Daquele jeito, Francisco não seria salvo. E não foi mesmo.
Para piorar, logo anoiteceu. E começou a chover. O Água do Rio Negro foi se tornando uma luzinha cada vez mais distante aos olhos de Francisco. No barco, ninguém mais o enxergava. Francisco foi dado como, irremediavelmente, perdido. Ninguém aguentaria mais que uma noite num mar daqueles. Foi a sua “primeira morte” — e outras seis, entre acontecimentos e decepções, ainda viriam. O velho pescador entregou seu destino a Deus. Seria como Ele quisesse. Resignado, agarrou-se à boia e ficou à espera de algo. Que nem ele sabia o quê.
Uma hora depois, sentiu câimbra nas pernas e ficou ainda mais imóvel, no sobe e desce das ondas. Numa dessas subidas, viu algo branco boiando perto dele. Era a tal caixa da balsa salva-vida, que caíra do barco — a mesma que gerara tudo aquilo. “Tentei pegar a balsa e, agora, ela é que vem me pegar”, pensou, com ironia.
Nadou como pôde e tentou agarrar a caixa — uma espécie de tambor, com uma balsa inflável dentro. Conseguiu. Mas ela estava lacrada por duas cintas de náilon. Passou um par de horas tentando rompe-las, com as unhas. Ficou com os dedos em carne-viva. Quando, finalmente, destravou a caixa, uma balsa salva-vidas dobrada pulou de dentro dela. Aleluia! Era tudo o que um náufrago naquela situação queria! Mas nem deu tempo de respirar aliviado. Com o peso da lona vazia, a balsa afundou feito uma âncora.
Francisco ficou só com a tampa e um pedaço de cabo boiando. Agarrou o cabo e puxou, tentado trazer a balsa de volta à superfície. Conseguiu bem mais do que isso. A corda acionava o disparador e a balsa subiu já inflada. Só que pela metade, porque o cabo estrangulava a passagem do ar. Paciência. Era melhor ter meia balsa do que nada. Passou o resto da noite agarrado ao pedaço que flutuava. Quando amanhecesse, tentaria dar um jeito naquilo. Pegou o cabo e se amarrou nele. Se morresse, pelo menos, um dia, alguém acharia o seu corpo, pensou.
Com a luz do dia, Francisco conseguiu fazer a balsa inflar direito. E descobriu que, debaixo dela, havia uma espécie de mochila, com água e comida — quando tudo parecia perdido, surgia uma nova luz no fim do túnel. Não era muito, é verdade, mas o suficiente para encher de esperanças quem até então não tinha nenhuma.
Entre outras coisas, havia, na mochila, cinco foguetes de sinalização, uma caneca para esgotar a água que entrasse na balsa (que, por causa das ondas, vivia inundada), um apito, dois remos e, mais importante que tudo: oito pacotes de ração, com seis tabletes cada, e dez de água, cada um com dez saquinhos de 50 mililitros. Francisco lembrou de um velho curso que fizera na Marinha, que mandava economizar recursos, e decidiu que só comeria e beberia um daqueles por dia. Assim, não morreria nem de fome nem de sede. Pelo menos por uns dez dias.
Enquanto fazia contas, ele viu um barco pesqueiro parado, não muito distante. Era a primeira de uma série de embarcações que ele avistaria nos próximos dias, sem, contudo, ser visto por nenhuma delas. Tentou identificar algum movimento a bordo. Nada. Os pescadores deviam estar dormindo, depois de uma noite inteira pescando. Tentou remar para se aproximar, mas a correnteza era contrária. Pensou em disparar um dos foguetes, mas concluiu que todos deveriam ser de luz, não de som, portanto, de dia, pouco ajudariam. Resignado, decidiu esperar outra oportunidade. E a correnteza o afastou do barco.
No dia seguinte, o terceiro no mar, nada menos que três outros pesqueiros apareceram diante dele. Mas, de novo, nenhum o viu na água. Quando o primeiro surgiu, não muito distante, Francisco improvisou uma bandeira, com a camiseta na ponta do remo. Foi ignorado e o barco passou rápido. No segundo, decidiu tentar um dos foguetes, mas ele não subiu. E o terceiro barco passou tão perto que ele resolveu usar o apito. Soprou o máximo que pode e um sujeito botou a cara para fora da cabine, olhou para os lados e voltou para dentro, possivelmente pensando ter imaginado coisas. Desanimado, Francisco deitou no fundo encharcado da balsa.
Enquanto isso, longe dali, em Natal, no Rio Grande do Norte, sua família recebia uma estranha visita. Era o mestre do barco Água do Rio Negro, que vinha dar uma triste notícia: Francisco estava morto. Era a “segunda morte” anunciada do velho pescador, que, naquela noite, muito por pouco, não cumpriu mesmo a fatídica previsão: numa onda mais forte, sua balsa virou.
A capotagem custou-lhe meia hora de esforço para desvirá-la os dois remos, a caneca, um foguete e alguns saquinhos de água e ração, que o mar levou. Tudo o que ele não comera nem bebera para economizar, perdera em segundos. Mas, por sorte, a mochila com o resto da água e da comida, que estava bem amarrada à balsa, ficou. Mas as provisões diminuíram. E, junto com elas, também a expectativa de quantos dias mais ele suportaria aquele suplício.
Ao amanhecer, surgiu outra esperança: um navio vinha na sua direção. E tão perto que Francisco até viu duas pessoas conversando, na proa. Animado, gritou, acenou, pegou um foguete e disparou. Mas o artefato, de novo, não funcionou. E, até que ele buscasse outro foguete na mochila, o navio passou. Lá se ia mais uma vida. Ele recostou como pôde na balsa inundada e adormeceu. Pela primeira vez, desde que caíra no mar. três dias antes.
Naquele dia, em Recife, a Marinha dava por encerrada as buscas do náufrago e Francisco era oficializado como morto. Um documento para expedição do atestado de óbito seria entregue a família em três dias. Francisco, mais uma vez, “morria”. Agora, até no papel. Só a família — e ele — não acreditava nisso.
A quarta-feira terminou como começou: sem nenhum fato novo que alimentasse a esperança de um resgate. Na balsa precária, o tempo não passava. Francisco varava dias e noites vasculhando o mar, à procura de algum barco no horizonte, e pulando, o tempo todo, de um lado para outro, para a balsa não virar. O mar continuava grosso, mas, pelo menos, o tempo melhorara. Agora, fazia sol. Muito sol. Sol demais. E esse passou a ser um novo problema: o da insolação.
À deriva, Francisco sequer sabia em qual ponto do litoral estava. Feito um joão-bobo no mar, era levado pra lá e pra cá pelos ventos caprichosos do Nordeste brasileiro. De manhã, o vento empurrava a balsa para o alto-mar. À tarde, o aproximava, de novo, da terra firme.
Mas, naquele dia, ele viu algo diferente no mar: uma plataforma de petróleo surgiu bem na direção que o vento soprava. E continuou se aproximando, nas horas seguintes. Francisco rezava. E ela foi chegando, chegando, chegando, até que, quando sua balsa já deveria estar quase ao alcance dos olhos dos trabalhadores da plataforma, o vento mudou e começou a soprar ao contrário. E lá se foi mais uma chance de salvação.
Vagando ao sabor dos ventos, Francisco alternava doses diárias de decepção e esperança. De vez em quando, à noite, via um brilho mais intenso no horizonte. Era alguma cidade que passava. Ele ficava tentando adivinhar qual seria. Mas não era fácil, porque ele não enxergava a costa. Quando julgou passar por Natal, já estava além de Fortaleza. E ainda havia muito mar pela frente até o final da sua história.
A quinta-feira amanheceu promissora, porque Francisco avistara outro navio. Pegou mais um foguete, esperou ele se aproximar bastante e disparou. Só que ao contrário, de cabeça para baixo. Na ânsia de ser salvo, não percebeu o erro grosseiro. Pior: queimou a mão e só não tacou fogo na própria balsa, porque ela estava cheia d’água. Na confusão, o navio foi embora. Só restaram mais dois foguetes. E bem poucas esperanças.
Aquela foi a primeira decepção do dia. Mas não a única. À tarde, outro navio surgiu no horizonte. E ainda mais alinhado com a balsa. Tão certeiro que Francisco traçou um plano mirabolante: se o foguete não funcionasse, ele tentaria bater com algo no próprio casco do navio, para fazer barulho. Pegou o pequeno cilindro de ar comprimido que inflara a balsa e ficou esperando o gigante. Bem diante dele. O pior que poderia acontecer era ele ser atropelado. Mas, naquela situação, que diferença isso faria?
Segurou firme o penúltimo foguete que tinha e, quando a proa do cargueiro alinhou com seu corpo, disparou. Mais uma vez, o foguete não funcionou. Rapidamente, agarrou o cilindro e se preparou para o plano B. Mas, no último instante, o navio mudou de curso. E passou a alguns metros de distância dele. Pela primeira vez, Francisco sentiu vontade de chorar. Mas nem isso podia, porque precisava poupar líquidos no organismo. Ele já mal urinava. Estava ressecando por dentro, lentamente.
Naquele dia, sua família recebeu outra chocante notícia: o corpo de um homem havia aparecido, morto, numa praia perto de Natal. Os filhos seguiram para lá. A missa, pedindo ajuda ao pai, já encomendada, foi cancelada às pressas. Talvez, tivesse que virar outro tipo de missa, a de sétimo dia. O tal corpo já estava no necrotério. Pediram para um funcionário identificá-lo. Só queriam saber se o defunto tinha todos os dedos da mão direita, porque, na de Francisco, faltava um dedo. O funcionário voltou com a notícia. O de lá tinha. Não era Francisco. Foi mais uma “morte” não consolidada.
Mas, naquele dia, o que estava ruim ficou pior ainda para Francisco: a balsa virou, de novo, no início da noite, e ele só conseguiu desvirá-la na manhã seguinte. Passou a noite inteira agarrado ao fundo emborcado, tentando endireitá-lo. Só parava para respirar e buscar alguma energia onde não mais hávia. Achou que não aguentaria e morreria — seria, então, a sua “sétima” e definitiva “morte”. Mas, quando o sábado amanheceu, ele ainda estava vivo. Ainda que com menos víveres, porque, na capotagem, perdera mais pacotes de ração e água . Agora, o que lhe restara só daria para mais dois dias. Depois disso, só Deus saberia.
Francisco estava tão esgotado pelo esforço da noite que precisava comer algo. Abriu um tablete de ração e olhou, indiferente, para o mar ao redor. Foi quando ele viu um barco se aproximando e desovando, com boias, o que pareciam ser armadilhas para lagostas. Pensou: se ele está deixando as armadilhas é porque, depois, voltará para buscá-las. E decidiu: ficaria agarrado a uma daquelas boias, até que isso acontecesse. Mesmo que levasse dias. Era sua melhor alternativa. Na verdade, única, porque o barco já seguia em frente, desovando mais armadilhas.
Francisco tentou se aproximar, usando as mãos como remos. Quando chegou perto de uma das boias, se atirou na água e saiu nadando, levando a balsa a reboque, amarrada ao pé. Depois de um minuto assim, estava quase morto de cansaço. Voltou para a balsa e se atirou, prostrado, no fundo encharcado. Será que aquele suplício nunca acabaria?
Foi quando, ao longe, o lagosteiro começou a retornar. Francisco ficou olhando, porque já sofrera tantas decepções que era melhor não alimentar esperanças. Mas o que ele não sabia era que, a bordo do tal barco, o mestre Eduardo Januário (coincidentemente mesmo sobrenome dele) já tinha visto a sua balsa, embora a julgasse vazia, porque a avistara justamente quando Francisco caiu na água, para tentar nadar até a boia.
Não fosse pela curiosidade e pela possibilidade de recuperar um “bote desgarrado”, que valeria algum dinheiro, o lagosteiro jamais teria retornado. Mas, quando se aproximou, achou algo bem mais valioso do que uma balsa de borracha. Achou Francisco, clamando por auxílio.
“Fique tranquilo, você está salvo!”, disse o lagosteiro, depois de ouvir os apelos de Francisco. Nem precisava. Bastaria olhar para ver que ali estava um homem já quase à beira da morte. Quando subiu a bordo, sete dias depois de ter se atirado ao mar, Francisco estava seis quilos mais magro, tinha as pernas inchadas e a pele torrada e rachada. Mas, contrariando todas as evidências, estava vivo. Mesmo depois de, por várias vezes, ter “morrido”. Ou quase isso.
Do barco, o lagosteiro passou um rádio e mandou avisar a família do náufrago. Os filhos saíram correndo, para encontrá-lo, numa praia do Ceará. Os vizinhos foram enchendo a rua. Quando Francisco voltou para casa, até o trânsito tinha sido interrompido. Foi saudado como autor de um milagre: o de ter sobrevivido várias vezes a morte e provado que não são só os gatos que têm sete vidas.
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