por Jorge de Souza | set 27, 2023
A bola, rosa choque, como convém a situações de mau gosto, era arremessada para dentro do tanque e, antes mesmo de tocar a água, devolvida, com uma certeira cabeçada.
A plateia, então, batia palmas.
Surgia, em seguida, um ridículo chapéu de palha, que também ia parar dentro d´água, onde era rapidamente vestido pelo artista, que com ele passava a desfilar em círculos, diante de um punhado de bocas abertas.
O próximo ato era com uma boneca – e a patetice continuava.
Um, dois, três…, e a pseudocriança já estava “salva” na margem do tanque que servia de jaula para o autor daquela façanha.
Por fim, ele executava uma série de piruetas, antes de receber a sua mais que merecida recompensa: uma sardinha descongelada.
Foi assim diversas vezes por dia, todos os dias, durante anos a fio.
Até que, um dia, a torturante rotina de Flipper, o último golfinho em cativeiro que o Brasil teve, começou, finalmente, a mudar.
Mas não necessariamente para muito melhor.
Em julho de 1967, o município de São Vicente, no litoral de São Paulo, ganhou uma atração turística que logo se tornaria a principal da cidade: o Oceanarium, uma espécie de circo marinho com um tanque de água salgada de 12 metros de diâmetro por 5 de profundidade, no qual aconteciam apresentações de focas e golfinhos amestrados.
Diversos animais ali se apresentaram, mas poucos sobreviveram por muito tempo naquele acanhado cativeiro.
Foi quando o dono do empreendimento, o francês Roland Marc Degret, incomodado com a excessiva rotatividade de animais – o que implicava em despesas frequentes para treiná-los – decidiu encomendar um novo golfinho para os espetáculos.
Mas com uma ressalva: teria que ser um filhote, porque, assim sendo, além de o transporte do animal até o tanque se tornar mais fácil, o investimento no seu treinamento valeria mais a pena, já que ele viveria por mais tempo – embora não muito, porque estudos já indicavam que, preso em cativeiro, a vida média de um golfinho girava em torno de apenas 12 anos, contra de 30 a 50 quando solto na natureza.
Degret montou uma pequena equipe e rumou para o local da costa brasileira de mais fácil contato com golfinhos da espécie nariz de garrafa, os preferidos em shows do gênero: o canal de acesso ao porto da cidade de Laguna, no litoral de Santa Catarina, onde havia diversos grupos desses golfinhos, lá chamados de “botos”.
Em Laguna, o empresário contratou um velho pescador local, Euclides Nunes, o Tido, para o serviço de captura de um filhote, entre os botos que habitavam o canal.
O escolhido foi um jovem macho, então com cerca de dois anos de idade – fase da vida em que começava a não mais depender da mãe, uma fêmea chamada “Dolores”, bastante famosa entre os pescadores da cidade, porque participava ativamente dos cercos aos cardumes de peixes, encurralando-os entre as redes, fenômeno típico da cidade.
Por conta disso, o filhote já semi-independente de Dolores seria uma presa relativamente fácil.
E foi mesmo – embora sua mãe tenha ficado rondando, desesperada, o cerco montado pelo pescador para capturar o filhote.
Em seguida, na calada da noite, o animal foi sedado, colocado na caçamba de uma picape revestida com uma lona e um palmo de água e levado para São Vicente, a quase 1 000 quilômetros de distância.
Era início de 1984, e começava ali o martírio do futuro golfinho “Flipper”, assim batizado porque este era o nome do mais famoso seriado infanto-juvenil da televisão, nos anos de 1970.
O objetivo era gerar confusão na cabeça das crianças, que imaginariam estar vendo, no tosco aquário de São Vicente, o famoso golfinho da TV americana.
O sucesso foi imediato.
Rapidamente, às custas de muitas punições e sofrimentos, o animal foi treinado a dar saltos, piruetas, empurrar bolas e bonecas com o bico, nadar de óculos escuros, cacarejar feito uma galinha e condicionado a fazer as coisas mais estúpidas, em troca de comida.
E virou a principal estrela da cidade.
Nem mesmo o ritmo de diversos shows por dia dava conta da quantidade de pessoas queriam ver de perto o “Flipper brasileiro”, nadando eternamente em círculos, naquele acanhado tanque de cimento, menor que uma quadra de vôlei – um sofrimento perversamente mascarado pela expressão facial dos golfinhos, que parecem estar sempre sorrindo.
Foram nove anos de cárcere fechado, obrigado a trabalhos forçados, diversas vezes por dia.
Até que, em 1991, sete anos após a captura do golfinho – e logo após o responsável pelo ato ter enriquecido e vendido o negócio para outro empresário da cidade -, uma ação pública, movida pelo ambientalista Márcio Augelli, então diretor de uma entidade de proteção de botos amazônicos, foi impetrada na justiça, pedindo a devolução do golfinho-espetáculo ao mar, com base na primeira lei brasileira de proteção animal, criada pouco antes.
Na ocasião, o juiz que julgou o caso não acatou os argumentos do ambientalista, e manteve o golfinho sob a guarda do empresário. Mas, com base em evidências de maus tratos, mandou fechar o Oceanarium e proibiu os espetáculos.
Foi ainda pior para o golfinho solitário.
Com o aquário fechado e sem o lucro dos ingressos vendidos à plateia, a vida de Flipper se tornou ainda mais sombria.
Sem treinadores nem cuidadores, o animal foi praticamente abandonado e passou a viver em um tanque cada vez mais imundo e insalubre, o que levou o ambientalista Augelli a agir novamente – desta vez, em uma esfera internacional.
A partir da denúncia feita por uma entidade que ele mesmo ajudou a criar,
a bem intencionada Associação dos Amigos do Golfinho Flipper, a WSPA – World Society for the Protection of Animals, maior sociedade protetora dos direitos animais no mundo foi acionada, e seus advogados recorreram, uma vez mais, à justiça brasileira, pleiteando a soltura do animal – o que, finalmente, foi acatado.
Quando isso aconteceu, e a justiça finalmente decretou a interdição dos shows, Flipper passava os dias e noites apático, visivelmente deprimido, boiado na superfície à espera de alguma companhia (o que lhe rendeu doloridas queimaduras de sol no dorso do corpo), dentro de um tanque de água cujo filtro estava quebrado, e, por conta disso, com uma espessa camada de fezes acumuladas no fundo – ele já nadava praticamente no próprio cocô.
Para disfarçar o problema, o dono do local mandava aplicar cloro na água, o que rendeu ao golfinho uma severa irritação nos olhos.
Além de conseguir judicialmente a devolução de Flipper ao mar (desde que arcando com todos os custos da operação, o que não deixou de ser uma boa notícia para o dono do então falido Oceanarium), a WSPA também contratou os serviços de um especialista na reabilitação de seres marinhos para a vida na natureza: o americano Richard Barry O´Feldman, mais conhecido como Ric O´Barry, um ex-treinador de golfinhos para espetáculos, que dizia ter “mudado de lado”, ao testemunhar a morte – segundo ele, por suicídio, ao se arremessar de encontro às paredes do aquário – de um dos animais que ele amestrava, no Seaquarium de Miami.
Saudado como o “salvador de Flipper”, O´Barry – que, no passado, também havia ajudado a treinar os cinco animais homônimos utilizados no famoso seriado – chegou ao Brasil sob as luzes dos holofotes, que ele tanto apreciava.
Suas primeiras medidas, no entanto, foram coerentes: mandou trocar toda a água do tanque, restaurou o filtro, planejou detalhes técnicos para o transporte do animal (sedativos, helicóptero, caixa úmida e uma maca forrada com uma espessa camada de espuma, para que os órgãos internos do golfinho não fossem esmagados pelos seus próprios 250 quilos de peso), e viajou para conhecer o local onde a soltura aconteceria: o próprio canal de acesso ao porto de Laguna, onde Flipper havia sido capturado, nove anos antes.
Ali, O´Barry mandou construir uma espécie de cercado, em uma das margens do canal, onde Flipper seria “reeducado à vida selvagem”, o que, na prática, significava apenas reensiná-lo a capturar o próprio alimento.
Em seguida, o americano retornou à São Vicente, para comandar a operação de remoção do animal.
Na despedida de Flipper do seu tanque-cativeiro, no dia 17 de janeiro de 1993, perto de 5 000 pessoas se aglomeraram diante do Oceanarium da cidade, para dar adeus ao golfinho que tanto os divertira naqueles patéticos espetáculos.
Algumas crianças até choravam, enquanto O´Barry se dividia entre entrevistas aos repórteres, poses para os fotógrafos, e uma ou outra ordem aos seus auxiliares.
No auge do espetáculo em que se transformara a remoção do animal, um grande helicóptero pousou bem ao lado do tanque, e Flipper, já sedado (e após receber a tatuagem de uma bandeira do Brasil na sua nadadeira dorsal, a fim de facilitar sua identificação quando fosse solto no mar), foi colocado sobre a maca e alocado dentro de uma espécie de caixa com água, para que sua pele não ressecasse durante a viagem.
Mas, na hora de embarcar, descobriu-se que a caixa era grande demais para a largura da porta da aeronave.
A solução foi cortar, ali mesmo, um pedaço da caixa, o que fez com que a operação completa levasse mais de duas horas.
Mas, no final, deu tudo certo.
Quando Flipper voltou a si, já estava dentro do cercado construído no canal do porto de Laguna, onde deveria passar um bom tempo, sendo treinado pelo americano para voltar a caçar o próprio alimento – um processo naturalmente lento, mas fundamental para garantir a sua sobrevivência futura.
Ocasionalmente, também passou a ser visitado, pelo outro lado da cerca, por outros botos, ocasiões em que Flipper emitia a sua “identificação”, um sinal sonoro agudo, que serve para os golfinhos se “apresentarem” uns aos outros.
Mas nunca ficou claro se eles pertenciam ao seu grupo familiar (já que, naquela época, a mãe de Flipper, Dolores, bem como seus irmãos, ainda estavam vivos) ou se eram apenas animais defendendo o seu território contra aquele “intruso” recém-chegado.
O´Barry começou a readaptação oferecendo peixes mortos à Flipper, como no acontecia no Oceanarium, uma vez que, após tantos anos de confinamento, ele havia autodesativado o seu sonar, capacidade que permite aos golfinhos se localizar e encontrar alimento no mar.
No tanque, a pouca distância entre o animal e as paredes fazia com que o som emitido por ele retornasse de forma violenta, o que o levou o golfinho a parar de usar o recurso.
Biólogos e veterinários acreditavam que aquela perda seria irreversível.
Mas eles estavam errados.
Logo, Flipper voltou a usar o seu sonar e, graças a isso, passou a detectar a presença de peixes vivos na água – quer dizer, quase isso, porque a princípio O´Barry atirava apenas peixes quase mortos e bastante lentos, a fim de se tornarem presas fáceis.
Na medida em que Flipper foi recuperando suas habilidades predadoras e fortalecendo os músculos atrofiados pelas limitações do tanque, o americano, já visivelmente incomodado com sua permanência em Laguna (e, principalmente, com os atrasos nos pagamentos feitos pela WSPA), passou a acelerar o processo de reintrodução do golfinho no mar.
Até que anunciou que já o considerava pronto para ser solto – uma decisão claramente precipitada, uma vez apenas 43 dias haviam se passado desde que Flipper saíra do cativeiro.
No dia escolhido para a soltura, diante de outra grande platéia e diversas câmeras de TV, O´Barry entrou na água, nadou até o cercado, removeu parte da cerca e, sempre seguido por Flipper, passou para o outro lado.
Houve uma chuva de aplausos.
Mas, a princípio, o golfinho ficou apenas indo e vindo na direção do cercado.
O americano saiu da água comemorando, e disse aos repórteres que aquele comportamento era normal, e que Flipper ficaria nas imediações do canal, até ser novamente aceito pelos grupos de botos da cidade.
Em seguida, fez as malas e foi embora.
Para sempre.
Durante as duas semanas seguintes, a previsão de Ric O´Barry, de fato, se confirmou: Flipper, facilmente identificável graças a uma marcação feita na sua nadadeira dorsal, com o formato da bandeira do Brasil, pouco antes da soltura, era visto com frequência na região, tentando interagir com os demais botos.
Mas, após isso, foi embora dali.
Dias depois, foi visto a quase 100 quilômetros dali, com alguns arranhões pelo corpo, sinal de que andara tendo encontros não muito amistosos com outros da sua espécie – ou que havia sido rechaçado pelos botos de Laguna, daí ter ido embora do canal.
Mais tarde, para surpresa dos especialistas, apareceu, sozinho – comportamento incomum entre os golfinhos -, na mesma região de São Vicente, a quase 1 000 quilômetros de distância, o que levou parte dos moradores da cidade a festejar que “Flipper havia voltado para casa” – e alguns chegaram mesmo a pensar em recapturá-lo.
Mas Flipper sumiu novamente.
Um ano depois, voltou a ser visto – sempre sozinho – naquela mesma faixa de mar do litoral paulista, para então só reaparecer no final de 1995, no interior da baía de Paranaguá, a mais de 400 quilômetros de distância tanto de São Vicente quanto de Laguna, onde nunca mais foi avistado.
Foi a última vez que se teve notícias do golfinho mais famoso do Brasil, menos de três anos após ele ser devolvido à natureza – e a maneira como isso foi feito contribuiu decisivamente para o semi-fracasso da operação.
Tivesse Flipper passado por um processo mais lento e paciente de readaptação, talvez estivesse nadando até hoje no mar da região – o que, pelo menos matematicamente, pela sua idade, ainda seria possível.
Mas ele nunca mais foi avistado, nem seu corpo jamais foi encontrado.
O mais provável é que Flipper tenha morrido logo após aquela última avistagem, baía de Paranaguá, vítima de fraqueza, doença, rejeição, depressão ou ataque de algum predador, quando ainda era relativamente jovem para um golfinho adulto.
Como consolo ficou apenas o fato de que, seja lá o que tenha ocorrido, aconteceu quando ele já estava solto na natureza, e não preso dentro de um tanque de concreto.
No infame aquário de São Vicente, o Flipper brasileiro, Último golfinho-escravo do país (depois dele, os espetáculos do gênero foram proibidos em todo o Brasil), poderia ter vivido mais tempo.
Mas privado do bem mais precioso a todos seres vivos: a liberdade.
Olhando por este prisma, talvez tenha valido a pena.
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por Jorge de Souza | set 25, 2023
Bruce Gordon foi um escocês, que, em 1757, embarcou em uma viagem de captura de baleias nas águas do Ártico a bordo do baleeiro Anne Forbes, cujo comandante não zelava nem um pouco pelos princípios éticos do cargo – vivia bêbado e tomava decisões perigosas.
Numa delas, o tenebroso capitão decidiu penetrar em uma baía já quase congelada, na atual Groenlândia, e de lá não mais conseguiu sair.
O barco acabou aprisionado e esmagado pelo gelo.
Todos os tripulantes foram parar no mar, e, igualmente bêbados, morreram afogados ou congelados.
Menos Bruce Gordon, que, sóbrio, sobreviveu para viver uma história extraordinária.
Após conseguir escalar o casco parcialmente despedaçado e abrigar-se em uma parte não submersa do barco, onde, por sorte, ficava o compartimento de mantimentos, Gordon adormeceu, exausto.
Quando acordou, ouviu ruídos e julgou ser alguém vindo resgatá-lo.
Mas eram ursos polares, devorando, no mar, os corpos dos seus companheiros de viagem.
Um dos animais, porém, farejou os mantimentos no interior do barco e entrou no que restou do baleeiro – com Gordon dentro dele.
Desesperado, o escocês não teve outra opção senão se atracar com o animal, munido apenas de uma faca.
Sem saber exatamente como, conseguiu desferir diversas facadas e matar o urso – uma fêmea de bom tamanho.
Aproveitando a oportunidade, começou a remover a pele do bicho, para usar como proteção contra o frio, e estocou sua carne, como alimento futuro.
Logo, porém, Gordon recebeu a visita de outro urso no seu curioso abrigo: um filhote, que ele deduziu ser cria da ursa que havia matado, e que vinha em busca da mãe, atraído pelo seu cheiro.
Aquilo sensibilizou o marinheiro, que resolveu adotar o animal como mascote – uma fêmea com pouco tempo de vida e, portanto, ainda dócil.
Ele a batizou de Nancy e passou a ser sua companhia constante.
Mais tarde, Gordon treinou o animal para capturar peixes sob o gelo e dividi-los com ele.
Os dois passaram meses juntos, dividindo o pequeno espaço do que restara do barco esmagado, mas ainda preso ao gelo.
Com a chegada da primavera, Gordon decidiu que era hora de partir em busca de ajuda, mas não quis abandonar Nancy, que o seguia para onde fosse, feito um cachorrinho.
Gordon, então, decidiu levar a ursa com ele, mas nem precisou sair de onde estava, porque o bloco de gelo no qual os restos do barco estavam encravados começou a ser arrastado pelo mar, que descongelava.
Dias depois, em sua estranha ilha de gelo, Gordon avistou uma pessoa caminhando ao longe e tentou chamar sua atenção, com gritos e batidas no casco do barco.
Mas quando Nancy resolveu ajudar e urrou forte, a pessoa que podia ser a salvação do marinheiro solitário saiu correndo, em disparada.
O bloco de gelo, com aqueles dois insólitos seres aboletados nele, seguiu vagando por semanas à fio, até que atingiu o que parecia ser o continente – mas, na verdade, a Groenlândia, que não passa de uma gigantesca ilha.
Uma vez desembarcado em terra firme, Gordon encontrou rastros de cães na neve e resolveu segui-los.
Não demorou muito e chegou a um vilarejo de descendentes de noruegueses, onde foi recebido com certa estranheza, especialmente por estar na companhia de uma ursa.
Mas, mesmo assim, recebeu abrigo e ficou sabendo que barcos baleeiros costumavam aparecer por ali, de vez em quando.
Era a sua chance de retornar à Escócia.
Mas o que fazer com Nancy?
Foi a própria ursa que resolveu o dilema.
Dias depois, ela fugiu do vilarejo, aparentemente sem nenhum motivo.
Nunca mais se teve notícias da ursa do Ártico que cresceu na improvável companhia de um humano.
Já Bruce Gordon acabou resgatado por pescadores e retornou à Escócia, sete anos após ter partido.
Lá, enfrentou a incredulidade sobre a sua história, mas, por fim, acabou sendo reconhecido como o único sobrevivente do Anne Forbes, na solidão de uma terra naquela época ainda desconhecida.
Mas, de certa forma, foi beneficiado por uma feliz coincidência.
Pouco antes disso, fora lançado na Europa um livro que logo se tornou um estrondoso sucesso.
Ele narrava a longa saga de um náufrago imaginário numa ilha deserta, na companhia apenas da natureza selvagem e de alguns animais.
Seu nome era Robinson Crusoé, e embora a história se passasse em uma ilha tropical, serviu para promover também Bruce Gordon, que vivera a mesma situação, só que na vida real.
Com isso, ele passou a ser chamado de “Crusoé do Ártico”, e assim entrou para a história.
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por Jorge de Souza | set 20, 2023
O que você faria se achasse um tesouro no fundo do mar?
O americano Tommy Thompson escolheu ir para a prisão.
E permanece nela até hoje, sete anos depois, embora possa sair da cadeia a hora que quiser — basta revelar a localização do que o levou a ser preso: o tal tesouro que achou no fundo do mar
Mas Thompson se recusa a fazer isso e segue preso nos Estados Unidos.
Segundo a justiça americana, Thompson, hoje com 70 anos de idade, continuará preso até que resolva revelar onde escondeu o tesouro que achou dentro dos escombros do S.S. Central America, um barco americano que afundou em 1857, na costa da Carolina do Sul, vítima de um furacão.
Mas ele diz não ter como fazer isso, porque alega que não sabe onde está o tal tesouro, composto por cerca de 500 pequenas barras de ouro, moldadas em forma de moedas.
Thompson foi preso em 2015, em um hotel da Florida, onde estava hospedado com nome falso.
Até então, ele cumpria rigidamente uma rotina de pagar todas as suas contas em dinheiro vivo (inclusive o hotel, onde morava permanentemente em uma suíte), e só usava ônibus e táxis, para não deixar pistas.
Foi um dos fugitivos mais inteligentes que já perseguimos”, disse, na ocasião, a Polícia de Boca Raton, na Florida.
Uma vez preso, Thompson foi levado à justiça, onde se declarou culpado, mas apenas por ter faltado a uma audiência na Corte Federal americana, três anos antes, que julgaria uma ação impetrada contra ele por uma série de investidores particulares, que haviam financiado a tal busca pelo tesouro – e que nunca receberam a parte a que teriam direito.
Três anos depois, em 2018, a Corte decidiu que Thompson teria que pagar uma indenização de quase 20 milhões de dólares aos investidores, e, para isso, exigiu que ele revelasse o esconderijo do tal tesouro, sob pena de ser mantido preso até que isso acontecesse.
E foi o que aconteceu
Desde então, Thompson se recusa a revelar onde as moedas estão, alegando que não tem mais acesso a elas.
Além de permanecer preso, ele foi condenado a pagar uma multa de 1 000 dólares por dia pela não revelação da localização do tesouro, o que faz com que sua dívida com o governo americano já passe dos dois milhões de dólares.
O curioso é que Thompson pode se livrar da pena – e da cadeia – a hora que quiser: basta pagar a multa e revelar onde está o tesouro.
Mas ele prefere ficar preso a revelar onde as moedas estão.
A peculiar história de Thompson, um ex-mergulhador e pesquisador marinho, começou 35 anos atrás, em 1988, quando ele, após uma longa busca, encontrou os restos do S.S. Central America.
Conhecido como “Navio do Ouro”, porque levava uma fortuna em ouro extraída dos garimpos da Califórnia, o S.S. Central America era considerado uma espécie de Santo Graal dos naufrágios nos Estados Unidos, justamente pela quantidade de riquezas que transportava
Na época, Thompson angariou cerca de 12 milhões de dólares com investidores privados, que foram usados para encontrar o navio naufragado, com a promessa de devolver o dinheiro com muitos dividendos, quando o tesouro fosse resgatado.
Mas isso nunca aconteceu.
Embora tenha ficado milionário só com a quantidade de ouro que retirou do navio afundado, Thompson jamais pagou um centavo aos financiadores do projeto.
E fugiu.
Com isso, se transformou em um dos mais peculiares presos dos Estados Unidos, porque sua liberdade só depende da vontade dele próprio.
Mas ele se recusa a sair da cadeia, porque, para isso, terá que revelar onde as moedas estão.
Thompson garante que já disse tudo o que sabe sobre o paradeiro das moedas – ou seja, que ele não sabe onde elas estão.
Só que ninguém acredita nisso.
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por Jorge de Souza | set 13, 2023
No final dos anos de 1990, os ingleses decidiram construir um grande veleiro-catamarã, o mais revolucionário da história.
Entre outras ousadias, ele tinha dois mastros, um em cada casco, o que jamais havia sido tentado.
O objetivo do barco era competir na The Race, uma regata de volta ao mundo, que partiria de Barcelona, em janeiro de 2001.
O projeto consumiu cerca de quatro milhões de libras (boa parte delas vinda de doações de simples entusiastas da vela) e a missão de torná-lo realidade foi entregue ao velejador inglês Pete Goss, que o transformou em um espetáculo de mídia — a construção pode ser acompanhada pelo público, dia a dia, desde o início.
Para Goss e todos os ingleses, o Team Philips, como o barco foi batizado, era mais do que um simples veleiro de competição.
Era o próprio orgulho marítimo inglês que estava em jogo.
O Team Philips ambicionava se tornar o veleiro mais rápido do mundo.
Seu projeto fora, de certa forma, inspirado nas naves espaciais da série Jornada nas Estrelas.
Ele tinha velas separadas para cada casco, 120 pés de comprimento e era mais largo do que uma quadra de tênis.
Ficou pronto em janeiro de 2000 e foi batizado pela própria Rainha da Inglaterra. Em seguida, foi para a água, para os primeiros testes práticos.
Foi quando começaram os problemas.
Muitos problemas…
Logo no primeiro teste, navegando com ventos de não mais que 24 nós (bem pouco para um barco daquele porte), o Team Philips inexplicavelmente perdeu toda a proa de um dos cascos, que simplesmente partiu durante a navegação.
Ele teve que voltar rebocado, sob o risco de afundar ali mesmo.
Refeito o casco, oito meses mais tarde, ele voltou à água.
E, de novo, decepcionou.
Desta vez, quebrou a base de um dos mastros.
Nada parecia dar muito certo no audacioso projeto de Goss, para frustração dos ingleses, que haviam transformado aquele barco num quase símbolo naval britânico.
Com tantos imprevistos, que atrasaram sobremaneira os cronogramas, os testes finais do barco tiveram que ser feitos já durante a travessia para a largada da competição, na Espanha.
E foi quando o pior aconteceu.
Em 2 de dezembro de 2000, perante uma multidão de torcedores, o Team Philips deixou a Inglaterra rumo a Barcelona, para a largada da The Race.
Mas sequer chegou lá. Vítima de uma dessas infelizes coincidências, o barco foi colhido por uma brutal tempestade no trajeto e começou a desintegrar-se em pleno oceano.
Na noite de 9 de dezembro, a tempestade pegou o Team Philips em cheio (de nada adiantou Goss ter penetrado bastante no Atlântico a fim de evitá-la), com ventos de até 70 nós.
Logo, parte da pequena cabine central saiu voando e o resto ameaçava ir junto.
Goss, então, baixou todas as velas e lançou ao mar uma âncora de tempestade, feita para tentar frear o avanço do barco.
Mas não adiantou muito.
Às 23h55, temendo pela vida dos tripulantes, ele decidiu emitir um sinal de socorro a um navio que estava por perto.
O resgate chegou rápido.
Só que, para isso, foi preciso abandonar o super-veleiro no oceano.
Não havia outro jeito, pois era impossível rebocá-lo.
Nem o barco agüentaria muito tempo se fosse puxado por outro barco.
Nunca mais o Team Philips foi visto. Vazio, ele vagou à deriva ninguém sabe por quanto tempo, até que, seis meses depois, dois pedaços destruídos do seu casco foram dar em duas praias distintas, uma da Irlanda e outra da Islândia, esta a 1 500 quilômetros de distância.
Os dois fragmentos traziam trechos das mensagens que haviam sido pintadas no casco (“Vamos fazer as coisas melhores”, dizia, ironicamente, uma delas), além de assinaturas de ingleses que fizeram doações para a construção do barco.
O Team Philips ficou marcado pelo completo fiasco.
E decretou o fim do sonho inglês de construir um barco revolucionário.
Mas o vexame deixou uma lição: a de que, no mar, não existe tempo para a pressa.
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por Jorge de Souza | set 5, 2023
Cinco anos atrás, quando a maré baixou, a praia de Santos, no litoral de São Paulo, revelou algo semienterrado na areia: uma fileira de intrigantes pontas de madeira.
Logo concluiu-se que fazia parte da estrutura de um antigo barco – que, em seguida sumiu, engolida pelo mar, para reaparecer outras tantas vezes depois.
Mas que barco era aquele?
Começava ali uma dúvida, que até hoje, cinco anos e algumas pesquisas depois, ainda não pode ser respondida com 100% de certeza, embora todas as evidências apontem na direção do mesmo barco: o veleiro-cargueiro inglês Kestrel, que sabidamente encalhou na praia de Santos, em 11 de fevereiro de 1895, e por lá ficou.
“Tenho 80% de convicção que são os restos do Kestrel, porque tamanho e localização do encalhe batem. Mas é preciso ter comprovação científica”, diz o pesquisador Sérgio Willians, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Santos e ex-diretor da Fundação Arquivo e Memória da cidade, que baseia sua opinião sobre a identidade do barco graças a um antigo quadro.
A tela, pintada por Benedito Calixto, um dos grandes nomes da pintura brasileira do início do século passado e que viveu parte de sua vida em Santos, mostra um grande veleiro encalhado na beira de uma praia, mas foi erroneamente classificado como sendo o barco Caldbeck, no município vizinho de Praia Grande.
Aparentemente, não era.
Após comparar a paisagem ao fundo da tela com a topografia das praias dos dois municípios, Willians concluiu que aquela praia era a de Santos, e que o barco retratado só poderia ser o Kestrel – que, assim sendo, estaria aflorando na areia da praia, 126 anos depois.
A mesma opinião foi compartilhada pelo arqueólogo Manoel Gonzalez, do Centro Regional de Pesquisas Arqueológicas de Santos, que vinha acompanhando o surgimento gradual dos escombros desde 2017, quando os restos do barco apareceram pela primeira vez na praia.
E ele é ainda mais otimista na identificação do barco.
“Arrisco dizer que há 90% de chances de ser o Kestrel, mas é preciso escavar o local para comprovar isso. E é aí que começam os problemas, porque seria uma operação muito cara e complexa”, diz Gonzalez, que, ao mesmo tempo em que vibra com a descoberta de algo tão valioso para um arqueólogo, reconhece que não é nada fácil executar o trabalho de comprovar cientificamente a sua identidade.
“O local onde o barco está soterrado é extremamente ingrato, porque passa metade do tempo seco e outra metade debaixo d´água, por conta do sobe e desce das marés”, explica o arqueólogo.
“Seria bem mais fácil se ele ficasse o tempo todo submerso, porque aplicaríamos técnicas de arqueologia submarina. Mas com essa variação de ambiente, não dá para fazer nem uma coisa nem outra. É preciso, primeiro, construir um grande muro em torno dele, para reter o mar e permitir escavar no seco. E isso custa caro”, completa Gonzalez.
O centro de pesquisas arqueológicas dirigido por Gonzalez orçou em cerca de R$ 2 milhões os recursos necessários para escavar o casco soterrado, sendo que a maior parte desse dinheiro seria destinada a construção do tal muro para reter o mar em torno do achado.
“Parece um valor absurdo, mas é preciso considerar que estamos falando de construir uma barreira capaz de resistir a força do mar, com três metros de altura e outros três enterrados na areia, para que a água não infiltre também por baixo. Na prática, é como construir uma ilha seca no meio do mar, para que possamos escavar”, explica.
O custo do projeto gerou uma série de comentários irônicos dos moradores da cidade.
“R$ 2 milhões para desenterrar lixo na praia? Só pode ser piada!”, escreveu um deles, quando as primeiras notícias foram divulgadas.
“Sai mais barato construir outro barco”, acrescentou outro, dando coro aos indignados com a proposta de gastar tanto dinheiro para escavar os escombros de um velho barco.
“Não é nenhuma relíquia bíblica. É apenas um monte de madeira velha. Nada que uma retroescavadeira e algumas caçambas não resolvam”, resumiu outro morador.
Desde então – e lá se vão cinco anos… -, a área em torno dos restos do barco foi apenas cercada pela Prefeitura da cidade, impedindo o acesso de curiosos às vigas de madeira, e uma câmera de vigilância foi instalada para monitorar o local dia e noite.
Para a Prefeitura de Santos, o surgimento daquele barco enterrado na areia da praia virou um problema arqueológico, e, desde então, nada foi efetivamente feito para preservá-lo.
Porque ninguém sabe ao certo o que fazer com o achado.
O primeiro grande afloramento dos restos do barco, em agosto de 2017, não aconteceu por acaso.
Pouco antes disso, o canal de acesso ao porto de Santos havia sido dragado, o que provocou uma alteração na movimentação das areias nas praias da baía e fez aflorar a velha embarcação.
Hoje, por conta do sobe e desce das marés, os escombros somem e reaparecem na praia duas vezes ao dia.
E são cada vez mais visíveis.
“Quando começamos a estudar os escombros, só as pontas das vigas do casco ficavam à mostra. Hoje, algumas madeiras já estão meio metro acima da areia”, diz o arqueólogo Gonzalez, que brinca.
“Se pudéssemos esperar mais um século, talvez a própria natureza se encarregasse de escavar o barco para nós”.
O Kestrel era um veleiro de transporte de carga, com casco de madeira, três mastros e 60 metros de comprimento, que fazia a rota regular entre a Europa e as Américas.
Na sua última viagem, já havia descarregado no porto de Santos e estava ancorado, enquanto a maior parte da sua tripulação – inclusive o capitão – passeava pela cidade, quando uma tempestade, com fortes ventos, arrastou o barco para a praia.
A bordo, só havia o cozinheiro e dois marinheiros, que, estranhamente, recusaram a ajuda de um rebocador, que veio ajudar a deter o avanço do barco.
Isso, mais tarde, geraria suspeitas de que o encalhe poderia ter sido proposital, para o dono do barco receber o dinheiro do seguro, já que os navios movidos a vapor tinham tornado os veleiros-cargueiros obsoletos.
“Para mim, foi um golpe descarado e o objetivo da tripulação era destruir o barco, tanto que ele estava vazio, sem nenhuma carga”, especula o memorialista Willians.
“Isso enriquece ainda mais a história desse barco, se é que o que está na enterrado na praia são mesmo os restos do Kestrel”, completa.
Enquanto isso, mesmo sem saber o que fazer, a Prefeitura da cidade preferiu oficializar a identidade do barco e lucrar turisticamente com isso.
No início deste ano, mesmo sem ter comprovação 100% científica de que se trata realmente do barco em questão, a Prefeitura de Santos mandou instalar uma espécie de projetor de imagens na beira da praia, que permite aos visitantes, ao olhar para os restos semissoterrados na areia através do equipamento, visualizar o veleiro inteiro, como ele era antes de virar escombros.
O efeito ficou bonito e informativo.
Desde que – é claro – aqueles restos realmente pertençam ao Kestrel…
Mas, de certa forma, até a dúvida sobre a real identidade daquele barco passou a fazer parte do atrativo turístico para a cidade.
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Foto: Divulgação Prefeitura de Santos
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