Na manhã de 10 de junho de 1958, um avião Douglas DC 6, da empresa Aerolíneas Argentinas, que vinha de Buenos Aires, acabou no mar, depois de tentar pousar nas areias desertas da Praia do Sul, na parte de fora da então praticamente selvagem Ilha Grande, no litoral Sul do Rio de Janeiro.

Mas a operação foi bem-sucedida, porque o objetivo era salvar as 22 pessoas que estavam a bordo (seis delas, passageiros), depois que dois dos quatro motores do avião entraram em pane e deixaram de funcionar.
O aparelho deslizou pela praia, como queria o seu comandante, e só acabou no mar porque uma das asas tocou a areia e o lançou na direção da água. Mas tão perto da praia que os seus ocupantes foram nadando até a areia e ninguém se feriu no episódio. Todos foram socorridos pelos moradores de um povoado vizinho e logo deixaram a ilha.

A história teria terminado aí, não fosse o que aconteceu em seguida: a chegada de muitos militares brasileiros àquela esquecida praia, que, imediatamente, foi interditada até aos próprios moradores da ilha. O motivo? Algo que o avião transportava.

O que seria, a ponto de justificar tamanha operação militar?
A resposta só veio dias depois, quando surgiu a informação de que o avião estaria transportando cerca de 20 quilos de “material radioativo”, com finalidades “medicinais”, que seriam enviados para Londres – embora isso não constasse no seu manifesto de carga.

No entanto, como os militares brasileiros não prestavam maiores esclarecimentos e se limitaram a isolar a área e impedir o acesso de curiosos, a notícia foi tomando proporções de uma quase calamidade, além de estimular o surgimento de boatos.

Um deles pregava que a tal misteriosa carga nada tinha de radioativa – e sim de valiosa. Seriam barras de ouro, que estariam sendo desviadas da Argentina pelo então lendário presidente Juan Domingo Perón, o que logo rendeu a aeronave acidentada o apelido de “Avião do Ouro”, fomentando uma série de histórias na ilha.
De acordo com elas, a pedido do governo do país vizinho, os militares brasileiros teriam inventado a história da carga radioativa para afugentar os caçadores de tesouros, enquanto, eles próprios, buscavam o ouro nos restos semissubmersos do avião.

Numa época em que a própria imprensa, que noticiara a queda do avião sem maiores alardes, costumava ser manipuladas pelos militares, nem mesmo a confirmação, pelos jornais, de que havia uma pequena carga radioativa (sem nenhum risco para a população da ilha) no avião, desfez a confusão.
Os moradores da Ilha Grande seguiram falando em ouro, e alguns falam disso até hoje.

Já o avião (que, este sim, existiu de fato) desapareceu por completo, depois de ser coberto pelas ondas e soterrado pelas marés. Mesmo as partes que ficaram espalhadas na areia da praia foram enterradas pelos militares, “por questões de segurança”, o que fez aumentar ainda mais as especulações sobre o motivo de tudo aquilo.

Para muitos, enterrar os restos do avião em vez de recolhê-los foi como encobrir as pistas de um tesouro.

Foto: Reprodução

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