No primeiro dia de fevereiro de 1960, o radar do navio patrulha Murature, da Armada Argentina, detectou a presença de um submarino não identificado nas águas do golfo Nuevo, ao sul daquele país.
Como ninguém fora avisado de que haveria um submarino navegando na região, o Murature tentou um contato. Em vão.
Novas tentativas foram feitas e igualmente ignoradas pelo misterioso submarino, que tratou de sair rapidamente dali. O Murature seguiu o intruso até que ele saísse das águas territoriais da Argentina.
Em seguida, porém, outro (ou seria o mesmo?) submarino foi detectado dentro do mesmo golfo.
Como não era a primeira vez que isso acontecia (já havia acontecido um caso de presença de um submarino não identificado no Golfo Nuevo dois anos antes, sem que nunca tenha sido descoberto o autor da invasão), a Armada Argentina despachou uma pequena frota de navios para a região.
Bombas de alerta foram lançadas na água. E o silêncio do submarino invasor continuava.
Chegaram, então, aviões militares. Do alto, eles viram o intruso navegando lentamente a pouca profundidade, mas não conseguiram identificá-lo – embora parecesse ser um submarino do mesmo tipo dos U-boats alemães, usados na Segunda Guerra Mundial, que acabara 15 anos antes.
A caçada silenciosa durou dois dias. No terceiro, o misterioso submarino tentou escapar do cerco argentino. Foi perseguido, mas se abrigou nas profundezas. E continuou por ali, como indicavam os sonares dos barcos da Armada Argentina.
O governo argentino decidiu, então, consultar diversos países, sobretudo os Estados Unidos e a Russia, já que eram tempos de Guerra Fria.
Todos negaram que o submarino pertencesse a um deles. Inclusive os americanos e os russos.
Ao mesmo tempo, surgiram rumores de que um certo casal recolhera um mergulhador morto no litoral de Puerto Madryn, cidade próxima das águas que estavam sendo frequentadas por aquele misterioso submarino.
Seria um dos tripulantes do submarino em alguma missão secreta?
Ou teria algo a ver com a suposta fuga de oficiais de alta patente da Alemanha nazista para o sul da Argentina, ao final da Segunda Guerra Mundial?
Nada foi comprovado. Nem mesmo se o tal casal existiu de fato.
Dezessete dias depois de ter sido avistado, o tal submarino permanecia escondido nas águas do golfo argentino, mas devidamente encurralado por navios da Armada.
Em seguida, porém, não se sabe como, fugiu.
Uma semana depois, as buscas foram encerradas, supostamente após um sigiloso contato do governo russo com o argentino.
Logo depois, o presidente dos Estados Unidos visitou a Argentina.
Para muitos, aqueles dois contatos tiveram a ver com o enigma do submarino invasor, no que ficou conhecido como o Incidente do Golfo Nuevo.
Até hoje, oficialmente, ninguém sabe que submarino era aquele, nem o que estava fazendo naquela obscura baía argentina, em fevereiro de 1960.
O navio que se disfarçava de ilha
A camuflagem sempre foi um dos artifícios mais utilizados nas guerras. De rostos pintados a vestimentas que imitam o solo dos campos de batalha, praticamente todos os beligerantes já utilizaram o truque do mimetismo para enganar o inimigo. Mas poucos de maneira tão...
O misterioso submarino que invadiu o mar argentino
No primeiro dia de fevereiro de 1960, o radar do navio patrulha Murature, da Armada Argentina, detectou a presença de um submarino nas águas do Golfo Nuevo, no litoral sul daquele país. Como não havia nenhuma informação sobre a presença de um submarino atuando na...
O mistério do velejador que saiu para testar um piloto automático e nunca mais voltou
No início da tarde de 15 de janeiro de 2023, um domingo de sol, o velejador Edison Gloeden, mais conhecido como “Alemão”, dono de boa experiência em navegação, saiu sozinho com seu barco, um veleiro Brasilia de 32 pés, batizado “Sufoco”, da marina onde ficava...
A grande trapaça na maior das regatas
Em maio de 1967, o velejador inglês Francis Chichester virou ídolo na Inglaterra ao completar a primeira circum-navegação do planeta velejando em solitário, com apenas uma escala. O feito, até então inédito, animou os velejadores a tentar superá-lo, fazendo a mesma...
O incrível casal que o mar não conseguiu levar
Maralyn e Maurice Bailey eram um típico casal do interior da Inglaterra, mas com um sonho não tão comum assim: construir um veleiro e sair navegando pelo mundo. Queriam, sobretudo, ir velejando até a distante Nova Zelândia. Em 1967, depois de vender a casa onde...
A bizarra experiência náutica que deu origem ao Big Brother
Em 12 de maio de 1973, uma balsa com doze metros de comprimento por sete de largura partiu do Porto da Luz, nas Ilhas Canárias, com destino à costa do México, do outro lado do Atlântico, levando 11 pessoas a bordo – cinco homens e seis mulheres. Mas o principal foco...