Em 1998, o nadador francês, naturalizado americano, Benoit Lecomte protagonizou um feito sem igual: atravessou o Atlântico Norte a nado, dos Estados Unidos à França. A façanha durou 73 dias, mas, obviamente, Lecomte não nadou sem parar.
Para vencer o oceano no braço, ele teve a ajuda de um barco de apoio, ao qual recorria para dormir, comer e descansar, fato que levantou suspeitas sobre a legitimidade da sua travessia, já que, enquanto ele dormia, o barco seguia navegando, poupando assim braçadas ao nadador.

Além disso, exausto, ele também fez uma parada de uma semana nas ilhas dos Açores, para descansar, antes de voltar para o mar e nadar até a costa da Bretanha.
Para proteger o nadador, o barco que o acompanhava era equipado com um sistema eletromagnético que afastava os tubarões na água. Mesmo assim, em alguns trechos, Lecomte foi sinistramente seguido por barbatanas.

Mas nem isso interrompeu sua obstinada jornada, que teve por objetivo colher donativos para uma campanha de combate ao câncer, em homenagem ao seu pai, morto pela doença um pouco antes – além de torná-lo mundialmente famoso.

No entanto, ao chegar a costa francesa, Lecomte garantiu que jamais tentaria nada igual. Mas voltou atrás e, neste exato momento, está no 180º dia de uma nova travessia, desta vez ainda mais extraordinária: ele está cruzando o Pacífico a nado, entre o Japão e a costa Oeste dos Estados Unidos.

Mas, para evitar as mesmas críticas que recebeu quando cruzou o Atlântico (naquela ocasião, um cálculo feito por especialistas mostrou que, graças à ajuda do barco, ele só teria efetivamente nadado pouco mais da metade da distância), desta vez, todas as vezes que Lecomte para de nadar o barco também para, para que ele retome a travessia do mesmo ponto.

A ousadia ainda vai durar alguns meses.

Foto: The Longest Swim

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