Como pode um navio maior do que um campo de futebol desaparecer sem deixar nenhum vestígio, nem mesmo um simples pedacinho de madeira boiando no mar?

A resposta está no que o destino havia reservado para o Waratah, um navio misto de carga e passageiros, que fazia a rota entre a Austrália e a Inglaterra quando sumiu, sem deixar nenhum fragmento na superfície do mar, num ponto qualquer da costa da África do Sul, em julho de 1909.

Foi um dos grandes mistérios da época e, até hoje, desperta teorias, nenhuma cem por cento possível de ser comprovada, já que não houve sobreviventes.

Certo mesmo é que o Waratah, um navio novo e que retornava de sua viagem inaugural, partiu do porto de Durban, na África do Sul, rumo a quase vizinha Cidade do Cabo, onde faria mais uma escala na sua rota de volta à Europa, e jamais chegou lá.

Por quê?

Ninguém jamais soube dizer com absoluta convicção.

Mas poucos duvidam que o motivo tenha sido outro que não uma onda sorrateira e gigante, que engoliu o navio inteiro, de uma só vez.

A última vez que o Waratah teria sido supostamente visto foi na noite seguinte à sua partida de Durban, quando teria cruzado com o cargueiro Guelph, com o qual, como era hábito na época, quando ainda não havia rádio em todos os barcos, tinha trocado sinais de luzes, na tentativa de os dois navios se identificarem.

Mas uma fortíssima tempestade assolava a região, com ondas de até dez metros de altura, e o máximo que o operador do Guelph conseguiu identificar na mensagem visual foram as três últimas letras do nome da outra embarcação: “TAH”.

Seria muita coincidência haver outro navio passando por ali naquela noite com a mesma terminação no nome, mas o operador do Guelph jamais pode afirmar que se tratava do mesmo barco.

Dois dias depois, como o Waratah não chegou à Cidade do Cabo, começaram as buscas – que não deram em nada e se arrastaram por seis meses, a procura de algo.

Ninguém podia acreditar que um navio daquele porte pudesse desaparecer sem deixar nenhum indício.

Mas foi o que aconteceu.

O Waratah sumiu como se tivesse sido engolido pelo oceano.

E a explicação mais provável é que tenha sido isso mesmo o que aconteceu.

A hipótese mais aceita é que o Waratah tenha sido vítima de uma onda gigante, ou “onda louca”, uma muralha de água que surge do nada e engolem tudo, inclusive navios inteiros, não tão rara assim naquele trecho da costa da África.

Durante muito tempo, a ciência negou a existência destas superondas, baseada em estudos que mostravam que as ondulações nos oceanos seguiam padrões lineares de tamanho.

Portanto, as ondas não poderiam variar tanto de uma para outra.

Mas os cientistas estavam errados, como ficaria provado mais tarde.

Hoje, na medida do possível, mesmo os grandes navios tentam evitar navegar pelas zonas mais sujeitas ao surgimento das ondas gigantes, como aquela parte da costa sul-africana.

Mas, na época do Waratah, ninguém sabia disso.

Seu comandante, Joshua Ilbery, com mais de 30 anos de mar, era um homem experiente e, ao partir da Austrália, já havia notado que o navio apresentava alguns problemas de estabilidade, que teriam que ser sanados tão logo retornasse à Inglaterra.

Mesmo assim, naquela viagem, levava uma tenebrosa carga de chumbo e 212 passageiros a bordo – que viraram 211, quando um deles desistiu da viagem na escala em Durban, alegando que havia tido uma premonição sobre um naufrágio.

Pois aquele homem atormentado acabaria se tornando o único “sobrevivente” do Waratah, embora não estivesse a bordo quando o que quer que tenha sido aconteceu com o navio.

Mas, talvez, ele não tenha sido o único.

Tempos depois do desaparecimento do Waratah, um homem mentalmente confuso surgiu vagando numa praia da África do Sul, dizendo coisas sem nexo, mas intercalando-as com palavras que davam a entender “Waratah” e “onda grande”.

E acabou internado num hospício.

Mas, para muitos, não se tratava de nenhum maluco e sim do único real sobrevivente da tragédia, embora isso nunca tenha sido comprovado.

Até porque o ponto exato onde o navio desapareceu jamais foi descoberto.

Em 2001, uma expedição financiada por um empresário sul-africano anunciou ter encontrado o Waratah no fundo do mar, há menos de dez quilômetros da costa.

O fato causou furor, mas não passava de um engano.

O casco submerso era o de um navio da Segunda Guerra Mundial, que acabou sendo descoberto por acaso.

E ao lado dele jaziam os destroços de outro naufrágio, o do navio Oceanos, que afundou em agosto de 1991, também por causa das ondas, mas cujos passageiros tiveram a sorte de serem resgatados.

Já a localização dos restos do Waratah e dos seus infelizes ocupantes continua ignorado até hoje.

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