Na tarde de 4 de junho de 2021, o engenheiro paulista Fernando Dmitruk, então com 55 anos, mas um exímio nadador e dono de ótimo condicionamento físico, embora tivesse acabado de sair de um tratamento doméstico contra a Covid, decidiu nadar um pouco mais, antes que a lancha na qual estava, com a esposa e um casal de amigos, voltasse para a marina.

Como estava habituado a fazer, mergulhou, uma vez mais, no mar do chamado Canto do Indaiá, um famoso ponto de parada de barcos de passeio, na praia de Bertioga, no litoral norte de São Paulo, e saiu nadando, como já havia feito duas vezes naquele dia.

E nunca mais foi visto.

Até hoje, há apenas duas hipóteses para o que pode ter ocorrido.

A principal foi a de mal súbito, seguido de afogamento.

Embora fosse uma pessoa atlética e saudável, Fernando Dmitruk havia acabado de ter contraído Covid, e há suspeitas de que isso possa ter deixado seu organismo fragilizado, como acontece na grande maioria dos casos de vítimas que sobrevivem ao vírus.

Por conta do recente tratamento, ele teria sido, inclusive, aconselhado pela irmã, que é médica, a não viajar para a praia naquele fim de semana.

Mas foi.

Até porque se sentia muito bem de saúde, como sempre, aliás.

No entanto, um ataque cardíaco ou AVC, eventualmente desencadeado pelo esforço físico de voltar a nadar, depois de já ter feito isso outras vezes naquele dia, pode ter levado o engenheiro a perder a consciência ou ficar incapacitado de se manter na superfície, levando-o ao afogamento.

Mas também pode ter sido vítima de uma simples cãimbra, contração muscular que impede a pessoa de se movimentar.

Na grande maioria dos afogamentos, o corpo humano afunda em um primeiro instante, para só retornar à superfície dias depois.

Mas, no dele, nem isso aconteceu.

Talvez porque, ao baixar para o fundo, seu corpo inerte ter sido colhido pelas habituais fortes correntezas que atingem o local (e a cada dia em um sentido diferente) e sido levado para longe, até ser totalmente decomposto.

Mas houve outra hipótese, igualmente possível, embora menos plausível, para a enigmática morte do engenheiro: o atropelamento por algum barco.

O local onde aconteceu o desaparecimento é um famoso e movimentado ponto de concentração de lanchas, e também serve de passagem para embarcações de recreio que buscam as demais praias do Litoral Norte de São Paulo.

No dia do incidente, por conta do mar agitado, havia menos barcos navegando na região do que o habitual.

Mesmo assim, o piloto de um deles, justamente pelo estado mexido da água, pode não ter percebido o engenheiro nadando à sua frente, algo nem sempre fácil de se visualizar à distância.

Neste caso, o piloto da lancha pode não ter sequer notado o atropelamento e seguindo em frente, sem prestar socorro.

Já a vítima pode ter perdido a consciência com o impacto ou sofrido morte imediata, embora contribua para a descrença nesta hipótese o fato de ninguém ter notado a presença de sangue na água, algo frequente nesse tipo de acidente.

Já a hipótese – fantasiosa – de um ataque fulminante de tubarões foi rapidamente descartada, porque não houve registro da presença daqueles animais naquela praia naquele dia, nem até hoje.

No entanto, o engenheiro teria visto por pescadores nadando além dos limites do mar abrigado pela ponta do morro da praia em questão, o que pode tê-lo deixando vulnerável a outros riscos.

Pouco antes de mergulhar, começar a nadar e desaparecer completamente no mar, Fernando havia comentado com os amigos no barco, que, após o susto que levou com a Covid, “queria aproveitar ainda mais a vida”.

Não deu tempo.

E o que aconteceu com ele, naquela praia do litoral paulista, é um mistério que está condenado a ser eterno.

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