paradeiro final da escuna R. Kanters, que desaparecera durante outra tempestade na região, mais de um século antes.

A tormenta remexeu o fundo de areia na beira do lago, na altura da pequena cidade de Holland, e fez aflorar parte do grande casco de madeira do barco, que naufragara em 7 de setembro de 1903.

No dia seguinte, ao caminhar pela margem do lago, um morador da cidade viu alguns escombros brotando na areia e teve a feliz ideia de entrar em contado com a associação de pesquisadores de naufrágios da região – que imediatamente entrou em ação, porque aparições desse tipo, embora não raras nas águas costumeiramente agitadas Lago Michigan, costumam ficar visíveis por pouquíssimo tempo, por que logo eram encobertas pela areia.

Mas havia um problema: era o auge do confinamento gerado pela pandemia do coronavírus, e os técnicos da entidade estavam impedidos de ir ao local para investigar e atestar a identidade do barco.

Alguma coisa, porém, tinha que ser feita.

Não dava para perder a oportunidade de averiguar in loco os restos de um velho naufrágio, sem sequer por os pés na água, já que eles estavam visíveis na própria areia da praia.

Como nenhum especialista podia ir até lá, a única saída foi transformar aquele simples morador da cidade em um quase arqueólogo, instruindo-o, através de mensagens pelo celular, sobre como registrar, medir e coletar informações que pudessem permitir a identificação remota do naufrágio, mais tarde, pelos técnicos da entidade.

E isso tinha que ser feito rapidamente, antes que as areias cobrissem tudo novamente.

O homem, então, muniu-se de pás, câmeras e fitas métricas, e começou a vasculhar, sozinho, os escombros do barco, sob a orientação remota dos especialistas, que iam lhe passando instruções e pedindo coleta de imagens e medidas específicas, a fim de compará-las com antigos registros de naufrágios na região.

Uma complexa pesquisa científica feita por um leigo no assunto, e, ainda por cima, correndo contra o tempo, antes que lago engolisse de novo o barco.

Tinha tudo para dar errado.

Mas não deu.

Com base no que aquele solitário e prestativo morador registrou, mediu e apurou, os técnicos da associação de pesquisadores de naufrágios, mesmo à distância, concluíram que se tratava do que restara da escuna R. Kanters, assim batizada em homenagem ao seu proprietário, Rokus Kanters, um ex-prefeito da própria cidade de Holland.

E a história do barco pode, finalmente, ser completada.

Mas nada dele pode ser coletado para o museu da instituição.

No dia seguinte, apenas três após ter emergido do fundo do lago, feito uma aparição macabra, os restos da escuna voltaram a desaparecer sob as águas, e retornaram ao mesmo esconderijo submerso onde haviam permanecido por mais de um século.

Mas, agora, pelo menos, após pôr o ponto final da história da R. Kanters.

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