Reza a lenda que, na década de 1950, o bilionário americano Nelson Rockfeller, que chegaria a ser vice-presidente dos Estados Unidos, passou a procurar um lugar para se abrigar no caso de um eventual conflito nuclear global.

E teria escolhido — vejam só — uma pequena ilha no litoral norte de São Paulo: a Ilha dos Gatos, bem diante de Boiçucanga, que, por sua vez, na época, não passava de um povoado ignorado até pelos mapas.

A ilha, em seguida, ganhou uma casa, que tinha até biblioteca.

Mentira?

Só em parte…

A tal intrigante casa na Ilha dos Gatos existiu de fato, como comprovam as suas ruínas, no topo da ilha, hoje envolvidas pela mata.

Mas ela jamais pertenceu a Rockfeller.

Pelo menos não ao famoso figurão, que jamais esteve lá.

Já a sua filha…

Daisy Rockfeller, filha do famoso bilionário, foi casada com o americano Richard Aldricht, que tinha negócios no Brasil.

E foi para Aldricht que o arquiteto Julian Penrose construiu aquela casa na Ilha dos Gatos, que, no entanto, pouco foi usada pelo casal — e jamais visitada pelo famoso sogro de Aldricht.

Quem usou de fato a casa durante algum tempo foi o próprio arquiteto Penrose, que acabaria virando principal personagem de uma história que ganhou contornos ainda mais instigantes quando um acidente ao desembarcar na própria ilha lhe custou a vida: o barco virou e ele foi prensado entre o casco e as pedras da praia – uma ironia, já que para construir a casa, Penrose havia retirado muitas pedras de lá.

Após o trágico episódio, a ilha foi abandonada pela família Penrose, bem como por todos os outros envolvidos na sua curiosa história.

Até que, anos depois, o paulista Caio Rodrigues Rego passou a tomar conta da ilha, na condição de caseiro, e ali, de certa forma, vive até hoje – sozinho.

“A ilha nada tem de misteriosa ou maldita, como o pessoal fala por aí. Pelo contrário, ela é linda”, diz Caio, que após tanto tempo habitando a Ilha dos Gatos (que, por sinal, jamais teve gato algum – “o nome certo é ‘Ilha do Gato’, por causa do seu formato”, garante Caio), passou a pleitear o direito sobre ela, depois que uma tentativa frustrada de leilão, promovido por um procurador de Aldricht, resultou na volta da ilha à União.

Ele alega, entre outros motivos, que ali nasceu o filho de sua ex-mulher – que, no entanto, não era dele.

“O menino foi fruto do relacionamento da minha ex-mulher, que eu pouco via, porque preferia ficar sozinho na ilha, com um amigo meu, que continuou sendo meu amigo”, explica o antigo caseiro, sem o menor ressentimento.

“Ele nasceu acidentalmente, durante uma visita da minha ex-mulher, e se tornou o único filho legítimo da ilha”, conta Caio.

Mas isso já é outro caso e, pelo menos este, nada tem de lenda.

A Ilha dos Gatos continua rendendo boas histórias.

Gosta de histórias sobre o mar?

Leia muitas outras histórias como essa no livro HISTÓRIAS DO MAR – 200 CASOS VERÍDICOS DE FAÇANHAS, DRAMAS, AVENTURAS E ODISSEIAS NOS OCEANOS, que por ser comprado clicando aqui, pelo preço de R$ 49,00, com ENVIO GRÁTIS.

VEJA O QUE ESTÃO DIZENDO SOBRE ESTE LIVRO


Sensacional! Difícil parar de ler”.
Amyr Klink, navegador

“Leitura rápida, que prende o leitor”.
Manoel Júnior, leitor


“Um achado! Devorei numa só tacada”.
Rondon de Castro, leitor

“Leiam. É muito bom!” 

Foto Leandro Saadi
André Cavallari, leitor