Na década de 1960, para uso nas filmagens do clássico The Bounty, sobre o motim mais famoso da História, Hollywood encomendou a construção de uma réplica daquele famoso barco inglês – que ficou absolutamente fiel ao original, o HMS Bounty, construído em 1787.

Após o filme, a réplica, construída após intensa pesquisa histórica, deveria ter sido queimada, como aconteceu na história real, mas, de tão perfeita, acabou sendo poupada, por intervenção do principal ator do filme, Marlon Brando, que ficou sensibilizado com o destino que aguardava o barco.

A réplica do Bounty, então, passou a ser usada em outros filmes de época, como Piratas do Caribe, mas, depois disso, foi vendida e começou a fazer cruzeiros recreativos entre os Estados Unidos e o Caribe, sob o comando do experiente capitão americano Robin Wallbridge, que conhecia cada parafuso daquela cópia moderna do lendário barco do comandante William Bligh.

Por isso, todos acreditaram que estariam em boas mãos, quando, em 21 de outubro de 2012, Wallbridge anunciou que zarparia imediatamente com a réplica do Bounty de Connecticut para a Florida, apesar da aproximação do furacão Sandy da costa leste americana.

“Se ele decidiu partir é porque está tudo sob controle”, pensaram os demais 15 tripulantes do barco – entre eles, a americana Claudene Christian, que, amparada pelo sobrenome, dizia ser da mesma família do abominável oficial Fletcher Christian, que liderara o motim do HMS Bounty, no meio do Pacífico, em abril de 1789.

Mesmo tendo a opção de permanecer em terra firme, todos se uniram a Wallbridge naquela imprudente viagem.

E não deu outra.

O plano de Wallbridge era avançar velozmente para o alto-mar e contornar o furacão, daí a pressa em partir.

Mas, quatro dias depois, a super-tormenta mudou repentinamente de rumo e colheu o grupo ao largo da Carolina do Norte, num trecho morbidamente apelidado de “Cemitério do Atlântico”.

Logo, as bombas de sucção passaram a não dar conta do volume de água que entrava casco adentro, e o resultado foi que, inundado e sem estabilidade, o Bounty do cinema adernou e afundou rapidamente, deixando todos os seus ocupantes no mar, a mercê de grandes ondas e desencadeando uma das maiores operações de busca e salvamento no mar da história recente da Guarda Costeira americana.

Ao final da operação, acompanhada com aflição pelo público através dos noticiários da televisão, 14 dos 16 ocupantes do cinematográfico barco foram resgatados com vida, mas dois não tiveram a mesma sorte e morreram.
Uma das vítimas foi justamente Claudene Christian, que chegou a ser resgatada com vida, mas morreu a caminho do hospital.

Já a outra foi o próprio capitão Wallbridge, que fora varrido do convés por uma onda, pouco antes de o barco adernar de vez, cujo corpo jamais foi encontrado.

A imprudência de Wallbridge, que sempre pregara que “um barco estaria mais seguro no mar do que no porto” custou-lhe a vida.

Naquele 25 de outubro de 2012, a garbosa réplica do Bounty tratou de contradizê-lo, da pior maneira possível.

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