Na década de 1960, a pesca da lagosta no litoral do Nordeste brasileiro gerou uma séria crise diplomática entre Brasil e França e quase culminou em ações bélicas entre os dois países, no que ficou conhecido como a Guerra da Lagosta – que, de guerra mesmo, felizmente, não teve nada.
Tudo começou quando barcos lagosteiros franceses passaram a frequentar o litoral de Pernambuco em busca do cobiçado crustáceo, amparados por autorizações concedidas pelo governo brasileiro para realizar “pesquisas pesqueiras” no nosso litoral. Mas, ao constatar que os barcos estavam apenas capturando lagostas com fins comerciais, a licença foi cancelada.
Os barcos franceses, no entanto, não desistiram da empreitada e um deles foi apreendido pela corveta brasileira Ipiranga, deflagrando o conflito.
No auge da crise, a França chegou a enviar um navio de guerra para as proximidades da costa do Nordeste, com a tarefa de proteger os pesqueiros franceses. Já o Brasil respondeu mandando vários barcos e aviões para a região.
As discussões diplomáticas duraram meses, até que, em 10 de março de 1963, a França concordou em retirar o seu navio das águas brasileiras, bem como os pesqueiros que vinham sendo protegidos por ele. E o Brasil pode, finalmente, dizer que vencera a “Guerra da Lagosta”.
Como consequência deste episódio, um ano depois, o Brasil estendeu os limites do seu mar territorial de 12 para 200 milhas da costa, acabando assim com eventuais pendengas futuras sobre a fatia do mar que lhe pertencia.
Gostou desta história?
Ela faz parte do livro HISTÓRIAS DO MAR – 200 CASOS VERÍDICOS DE FAÇANHAS, DRAMAS, AVENTURAS E ODISSEIAS NOS OCEANOS, que por ser comprado clicando aqui (R$ 55,00, com envio gratuito)
A incrível corrida de transatlânticos no oceano
No início do século 19, quando todas as viagens entre Europa e Estados Unidos só podiam ser feitas pelo mar, uma vez que os aviões ainda não tinham sido inventados, alguns donos de empresas marítimas inglesas decidiram criar uma espécie de prêmio, a ser dado ao navio...
O mistério do velejador que saiu para testar um piloto automático e nunca mais voltou
No início da tarde de 15 de janeiro de 2023, um domingo de sol, o velejador Edison Gloeden, mais conhecido como “Alemão”, dono de boa experiência em navegação, saiu sozinho com seu barco, um veleiro Brasilia de 32 pés, batizado “Sufoco”, da marina onde ficava...
A insana disputa pela travessia do Atlântico com o menor barco possível
Na segunda metade da década de 1960, o americano Hugo Vihlen, então um piloto de aviões da empresa Delta Airlines, decidiu que iria atravessar o oceano Atlântico com um minúsculo barco que ele mesmo construíra: o April Fool, que tinha apenas 6 pés (ou 1,82 m) de...
A caravela com um tesouro a bordo que foi parar no deserto
Apesar da data, não era nenhuma brincadeira ou mentira. Em 1º de abril de 2008, quando vasculhavam o fundo de uma antiga lagoa que secara, por conta do recuo do mar, na costa da Namíbia, litoral da África, geólogos da maior empresa de diamantes do mundo, a De Beers,...
A grande trapaça na maior das regatas
Em maio de 1967, o velejador inglês Francis Chichester virou ídolo na Inglaterra ao completar a primeira circum-navegação do planeta velejando em solitário, com apenas uma escala. O feito, até então inédito, animou os velejadores a tentar superá-lo, fazendo a mesma...
A vergonhosa morte de um mito da vela em águas brasileiras
Na madrugada de 7 de dezembro de 2001, um fato chocou o mundo, sobretudo o da vela, e maculou ainda mais o nome do Brasil. Durante uma ancoragem no Rio Amazonas, bem diante da cidade de Macapá, capital do Amapá, o lendário velejador neozelandês Peter Blake, então com...