Em junho de 1994, uma violenta tempestade desabou sobre o mar da Nova Zelândia.

Durou dias a fio e foi tão marcante que acabou batizada de “Tempestade da Rainha”, por coincidir com as comemorações do aniversário da monarca inglesa Elizabeth II.

No meio desta longa e furiosa tormenta, estava um barco que simplesmente não deveria estar lá: o Heart Light, um catamarã tripulado por um estranho casal.

Os americanos Darryl e Diviana Wheeler eram esotéricos até o último fio de cabelo e navegavam em busca de “experiências sensoriais” em locais remotos, onde pudessem “entrar em contato com seres espaciais, sem interferências da civilização”, como costumavam explicar aos curiosos em geral.

Ela, em especial, acreditava receber instruções cósmicas de uma voz chamada Sage, que ditava tudo a bordo do barco – inclusive a hora de partir e para onde ir.

Na Nova Zelândia, o casal passou a oferecer cruzeiros de “Contatos Criativos” para outros adeptos do esoterismo.

E foi durante um desses cruzeiros esquisitos que tudo aconteceu.

Ignorando as previsões meteorológicas, que indicavam uma forte tempestade a caminho, o Heart Light partiu para o alto-mar, seguindo as instruções da tal voz, que apontava aquela tormenta como sendo uma oportunidade de “migrar para outra dimensão”.

Portanto, uma tempestade perfeita.

Mas o que se seguiu nada teve de bom.

Apesar da completa deteriorização das condições de navegação, o casal, acompanhado de outros tripulantes esotéricos, seguiu avançando de encontro a tempestade, em completo estado de graça.

Eles acreditavam que, no centro da tal tormenta, encontrariam um “portal” que os conduziria a uma nave espacial, e nela embarcariam para uma espécie de Nirvana cósmico.

Na medida em que penetravam na tempestade, as ondas foram ficando cada vez mais apocalípticas, e os ventos sopravam a furiosos 150 km/h.

Mas aquela tripulação de malucos, que navegava regida por cristais em vez de cartas náuticas, não desanimava.

Ao contrário, vibrava.

Sobretudo Diviana, que estava convencida de que o que parecia ser o fim do mundo era, na verdade, o início de outra vida – e “Sage confirmava isso”, como dizia aos demais ocupantes do barco.

Bastaria, segundo ela, atingir um certo ponto no mar, “sobre um templo submerso feito de cristais”, para embarcar na tal viagem na nave espacial.

O Heart Light era jogado para todos os lados nas ondas, mas eles não se importavam.

A cada novo risco de naufrágio, acreditavam estar mais perto “do ponto de passagem”.

Até que, pelo rádio, veio a volta a realidade.

Um grande barco pesqueiro, que estava próximo deles, viu a forma suicida que o Heart Light navegava e ofereceu ajuda.

Eles recusaram.

Mas o outro barco não se deu por satisfeito e ficou insistindo no resgate.

A troca de mensagens pelo rádio durou quase uma hora.

Até que, irritado, o experiente comandante do pesqueiro ameaçou chamar a Guarda Costeira.

Só assim os Wheeler e seus passageiros interromperam o devaneio e concordaram em passar para o outro barco, bem maior e mais seguro.

A operação foi delicada, mas bem sucedida.

Uma vez a bordo, ao confirmar suas suspeitas de que àquele grupo não passava de um bando de loucos irresponsáveis, o comandante do pesqueiro, amparado nas regras da segurança da navegação, que prega que um barco à deriva é sempre um risco para as demais embarcações, resolveu prestar um duplo serviço a comunidade náutica e afundar o Heart Light, com uma trombada.

Com isso, impediu também que os Wheeler voltassem a navegar, pelo menos por um tempo – até que juntassem dinheiro para comprar outro barco ou tomassem juízo, duas coisas que jamais se soube se foram feitas.

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