Fazia bastante frio na manhã de 11 de fevereiro de 2011, quando um grupo de 13 alunos de uma escola da Dinamarca, com idades em torno dos 15 anos, saiu para remar nas águas do fiorde Praesto com um barco fino e comprido, usado para treinamento coletivo, na companhia de dois professores.

O objetivo era quebrar o recorde de outra escola, naquela mesma travessia. Mas o que eles acabariam batendo seria outro recorde muito mais impressionante: o da mais extraordinária ressuscitação de vítimas de hipotermia que se tem notícia.

Por volta das 11h30 daquela manhã, quando o vento aumentou ainda mais de intensidade, o barco perdeu estabilidade e virou, lançando na água seus 15 ocupantes – nem todos equipados com coletes salva-vidas.

Imediatamente, um dos professores deu ordem para que todos os alunos nadassem na direção da margem, que ficava a algumas centenas de metros de distância.

Como era inverno, a temperatura da água não passava dos dois graus centígrados e havia, inclusive, blocos de gelo boiando na superfície. Nadar, portanto, era a melhor maneira de tentar manter o corpo levemente aquecido, através do esforço físico.

Nem todos, porém, conseguiram fazer isso. Sete alunos e um dos professores ficaram trancados debaixo do barco emborcado. E inertes, na água congelante.

O primeiro aluno, uma menina chamada Katrina, só conseguiu chegar na margem do fiorde mais de uma hora depois, em estado de choque e pálida feito um cadáver – mas viva. E ainda teve que caminhar por uma floresta, até dar em uma estrada, onde pediu ajuda.

O socorro chegou rápido, de helicóptero, a tempo de recolher outros seis sobreviventes, incluindo o professor que dera a ordem de nadar a qualquer custo. Restavam, porém, oito pessoas desaparecidas.

Sete delas, todos jovens alunos, foram encontrados em seguida, debaixo do barco emborcado, sem sinais vitais, mas boiando, graças aos coletes salva-vidas. Já o segundo professor, o único do grupo que estava sem colete no instante do acidente, não.

Seu corpo só seria encontrado um mês e meio depois, congelado e em um estado não muito diferente dos outros sete estudantes resgatados debaixo do barco – todos, também, aparentemente mortos.

Quando foram retirados da água, duas horas após o acidente, os corações daqueles sete jovens não mais batiam, eles não respiravam e a temperatura dos seus corpos estava abaixo dos 17 graus. Estavam, portanto, clinicamente mortos. Mas não era bem assim.

Como eles não tinham se afogado, graças aos coletes salva-vidas, havia uma chance remota de que aquela hipotermia severa pudesse ter “desativado” o organismo, diminuindo o metabolismo ao mínimo, a fim de preservar os órgãos vitais, o que já havia acontecido antes com um ou outro náufrago em águas congelantes – embora fosse pouco provável que todos tivessem tido aquela rara sorte.

Transportados às pressas para um hospital em Copenhagen, os médicos começaram, então, um delicado processo para tentar trazer os alunos de volta à vida, através do aquecimento gradual do sangue nos seus corpos. A cada dez minutos, era aumentado um grau na temperatura corporal, num lento, gradual e angustiante processo.

A tentativa foi acompanhada, com aflição e sofrimento, pelo país inteiro, e com certa incredulidade pelos leigos. Mas os médicos acreditavam que a ressuscitação poderia ser bem-sucedida, pelo menos em algumas das vítimas. Até porque era a única coisa que eles podiam tentar.

Quatro horas depois – e seis após o acidente -, o coração de um daqueles sete jovens voltou a bater. Em seguida, o de outro. E de um terceiro, seguido por outro, outro, outro e mais outro – um a um, mas quase ao mesmo tempo, todos aqueles sete adolescentes, que já haviam sido dados como mortos, foram abrindo os olhos.

E sem sequer sequelas neurológicas, embora, sem oxigenação, morram cerca de dois milhões de neurônios por minuto no corpo humano.

Dias depois, eles já estavam de volta às suas casas, com uma extraordinária história para contar: a de como voltaram à vida, no maior e mais emocionante processo de ressuscitação coletiva que já se viu nos mares.

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