Segundo pesquisadores, mais da metade da população mundial possui algum animal de estimação.

O francês Guirec Soudée, de 29 anos, é um deles.

Só que, ao contrário da esmagadora maioria dos habitantes do planeta, o bichinho que ele tem não é um gato nem um cachorro.

É uma galinha – que Guirec batizou de Monique.

Não seria nada excepcional, não fosse o local onde Guirec (sempre com Monique ao seu lado) passa a maior parte do tempo: dentro de um barco, navegando mundo afora.

Só ele e a galinha.

“Conheci Monique quando fiz uma escala com meu barco nas Ilhas Canárias, a caminho do Caribe, oito anos atrás. Ela era jovem, saudável, bonita e conclui que seria ótima companhia na viagem, porque galinhas não enjoam, não reclamam e ainda põem ovos, para ajudar no almoço”, diz Guirec, que jura que jamais pensou em transformar a própria companheira de viagem em item do cardápio.

“Na ocasião, todo mundo me falou que não ia dar certo, que ela ia ficar estressada com o balanço do veleiro e pararia de pôr ovos. Mas, que nada! Logo no primeiro dia da viagem, ela botou um ovo e, depois, não parou mais. Foram 25 ovos em 28 dias de travessia”, recorda o francês, que, sempre que desembarca, leva Monique para ciscar um pouco em terra firme.

“Foi escolha perfeita”, diz. Muito melhor do que ter um gato, cachorro ou papagaio no barco, como faziam os piratas. A galinha é um animal fácil de cuidar e eu ainda sempre tenho ovos fresquinhos no meio do mar. É ou não é a companhia ideal?”.

Na segunda viagem que fizeram juntos, Guirec e Monique deram logo a volta ao mundo, mas no sentido Norte/Sul, visitando os dois pontos mais gelados do planeta: os polos Sul e Norte.

Ou seja, a galinha entrou logo numa fria. Mas, segundo o francês, não reclamou e seguiu pondo ovos no gelo e na neve.

Nesta viagem, eles partiram do Caribe, subiram até o Ártico (onde, entre outras façanhas, passaram quatro meses trancados no mar congelado da Groenlândia, vivendo basicamente só de arroz e milho, respectivamente), atravessaram para o outro lado do continente americano pela mitológica Passagem Noroeste, e desceram até a Antártica, onde passaram uma nova temporada de meses seguidos no gelo, antes de retornarem à Europa, o que só aconteceu cinco anos depois.

No momento, os dois estão na casa de Guirec, numa pequena ilha na Bretanha, ele finalizando um documentário sobre sua última expedição, a travessia do Atlântico com um barco a remo (a única na qual Monique não participou, porque não havia espaço para uma galinha a bordo), ela cacarejando no jardim e catando minhocas, enquanto aguarda a hora de embarcar de novo.

“A Monique é muito aventureira”, garante o francês. “Já andou de trenó na neve, navegou em prancha de stand up e foi a primeira galinha que se tem notícia a atravessar do Atlântico para o Pacífico pelo Ártico, e ainda chegar viva do outro lado, escapando das panelas”, brinca o francês.

“É, também, a única galinha do mundo que sabe velejar, ou que, pelo menos, não sai cacarejando histericamente quando o veleiro inclina. Também adora sentir o vento balançando suas penas, além de gostar tanto de milho quanto de peixe”, diz o exótico velejador.

“É, com certeza, a galinha mais viajada do mundo”, resume Guirec.

O barco/casa de Guirec e Monique é um veleiro de apenas 30 pés, que ele comprou quando tinha 20 anos de idade, mas planos já maduros de sair navegando pelo mundo. Mas, a princípio, sozinho.

Monique mudou isso.

“A gente se dá muito bem e ela não reclama de nada. Nem da falta de poleiros no barco”, diz o francês, que sempre que é convidado a dar entrevistas, leva Monique junto.

Também juntos, Guirec e sua galinha já lançaram três livros sobre as travessias marítimas da improvável dupla (“O mundo segundo Monique”, “A fabulosa história de Guirec e Monique”, e o infantil “A galinha que deu a volta ao mundo”), e alimentam uma legião de fãs nas redes sociais.

Os dois têm mais de 150 000 seguidores no Facebook, outra metade disso no Instagram e vídeos que, vira e mexe, viralizam no Youtube, o que levou o francês a vislumbrar um meio de ganhar dinheiro com palestras – nas quais, obviamente, Monique participa como convidada especial

E sempre rouba o espetáculo.

“Quem me conhece, sabe que eu nunca fui totalmente normal”, admite o francês brincalhão, que realmente veleja com uma galinha e jura que não quer saber de outra companhia.

Gosta de histórias sobre o mar?

Leia 200 delas no livro HISTÓRIAS DO MAR – 200 CASOS VERÍDICOS DE FAÇANHAS, DRAMAS, AVENTURAS E ODISSEIAS NOS OCEANOS, que por ser comprado clicando aqui, pelo preço de R$ 49,00, com ENVIO GRÁTIS.

VEJA O QUE ESTÃO DIZENDO SOBRE ESTE LIVRO


Sensacional! Difícil parar de ler”.
Amyr Klink, navegador

“Leitura rápida, que prende o leitor”.
Manoel Júnior, leitor


“Um achado! Devorei numa só tacada”.
Rondon de Castro, leitor

“Leiam. É muito bom!” 
André Cavallari, leitor

Quer ler outra história? Clique aqui