O que este iate está fazendo no jardim desta casa, num condomínio da praia de Boracéia, no litoral norte de São Paulo?

Simples.

Ele é a própria casa!

Uma casa de verdade, feita de tijolos e cimento.

Só que em forma de barco.

Quem teve a ideia e a construiu foi o aposentado Ambrosio Gnacchi, que, junto com a mulher, Magda, vive na sua curiosa casa-barco há mais de 25 anos.

“Eu queria fazer algo diferente, e como não encontrava pedreiros que entendessem o que eu queria fazer, fiz eu mesmo, tijolo por tijolo”, conta Ambrosio.

A casa-barco do casal paulista tem três suítes (ou “camarotes”, como informam as plaquinhas nas portas dos quartos), sala, cozinha e tudo o mais de uma casa convencional — só que com o formato de um barco.

Tem até uma pequena piscina, na frente.

Ou, melhor dizendo, na “proa”.

“Ela tem 300 m2 de área e´75 pés` de comprimento”, brinca o sempre bem-humorado Ambrosio, numa alusão ao padrão utilizado para medir o tamanho dos barcos.

Embora a exótica casa do casal Gnacchi nada tenha de incomum por dentro (exceto as janelas redondas, em forma de escotilhas), de resto tudo lembra um grande barco.

A campainha é um sino, igual ao dos navios.

A chaminé esconde a caixa d´água.

O terraço é um convés, com, inclusive, mastro e luzes de navegação – que eles usam para iluminar a casa à noite.

E a cabine de comando é um bar, decorado com timão, bússola e um painel cheio de reloginhos.

Tem até uma buzina de nevoeiro, que Ambrosio aciona em dias de festa ou quando quer comemorar algo, para desespero dos vizinhos, que, por sorte, são os próprios filhos do casal.

Do lado de fora, o muro imita marolas e duas âncoras sobem e descem sobre um laguinho que contorna as paredes em forma de casco.

Nele, quando acionado, um jato de água direcionado para a parte frontal da casa dá a sensação de ela estar navegando de fato.

É uma diversão só.

E não para por aí.

Na lateral, há uma espécie de guindaste que ergue e baixa um pequeno bote salva-vidas.

“Usamos ele para encher de cerveja e trazer aqui pra cima”, brinca Ambrozio.

Por essas e outras, tem sempre algum curioso na calçada querendo ver a casa por dentro, já que por fora ela é tão fiel a um barco de verdade que nem parece ser de alvenaria.

“Já peguei gente pulando o muro para olhar pela janelinha”, recorda Magda, sempre tão bem-humorada quanto o próprio Ambrosio.

“E quem não seria se morasse numa casa assim?”, pergunta.

Não seria mais fácil ter comprado logo um barco?

“Claro que sim”, responde Ambrosio.

“Mas não teria a menor graça e precisaria ser um iate para oferecer o mesmo espaço e conforto que temos em casa”, explica.

“E ainda ia enferrujar um bocado”, completa, rindo.

O curioso é que o casal não tem, nem nunca teve, um barco de verdade.

“A Magda não gosta de navegar”, diz Ambrosio.

“Ela enjoa e tem medo. Então, fiz um iate que não balança nem afunda”, diverte-se.

Segundo os corretores da região, a casa iate do casal vale cerca de 4 milhões de reais.

“Não é pouco dinheiro, mas é menos do que custa um iate de verdade”, brinca Magda.

“E dá bem menos despesa”, completa o marido, que já sabe o que fará com o dinheiro, se vender a casa.

“Vou construir outra. E agora será um farol!”.

“Ele não tem jeito”, resigna-se Magda, já se preparando para começar tudo de novo.

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