Aconteceu em abril de 2003, durante um desses cruzeiros pelo Caribe, repletos de bebidas e folias.

Tim Sears, um americano de 31 anos, embarcou com um amigo para uma semana de diversões, a caminho da Ilha de Cozumel, no México, quando, na noite do quinto dia de viagem, caiu no mar de uma maneira que ele, até hoje, não sabe explicar.

Inexplicável também foi a sorte que ele teve de sobreviver a um tipo de acidente que costuma ser fatal em 99,9% dos casos, especialmente quando ninguém a bordo vê a queda, como foi o caso.

Tudo o que Sears recorda é que ele havia passado o dia bebendo muito, e que, à noite, depois de dançar um pouco (e beber ainda mais), resolveu procurar o amigo, no cassino.

Daí para a frente, mais nada.

Quando ele deu por si, já estava dentro d´água, só de cueca e camiseta, na escuridão do mar, e sem o navio por perto.

O mais provável é que Sears tenha sido vítima de um apagão, causado pelo excesso de álcool, e despencado da varanda da sua cabine, o que, por si só representava um quase milagre, porque o navio Celebration, no qual ele estava, tinha a altura equivalente a um prédio de dez andares.

Porém, bem mais incrível do que a queda sem sequelas foi Sears escapar com vida daquele infortúnio, porque ninguém no navio sentiu falta dele até o dia seguinte, quando o Celebration ancorou na ilha mexicana e o amigo finalmente percebeu a sua ausência.

Quando recobrou os sentidos, Sears estava no meio do mar, bem distante da costa mais próxima.

Mesmo assim, saiu nadando sem rumo, o que fez praticamente a noite inteira.

Quando o dia amanheceu, Sears continuou nadando.

Até que, por volta do meio-dia, viu um navio vindo, mais ou menos, na sua direção e juntou forças para nadar ainda mais rápido.

Minutos depois, ao se aproximar do navio em movimento, tentou o impossível: gritar para que alguém lá dentro o ouvisse.

E não é que alguém ouviu?

Um dos tripulantes do cargueiro Eny estava passando pelo convés justamente naquele instante, quando ouviu os berros e localizou o americano na água.

Sears foi resgatado, após passar 14 horas no mar.

E praticamente no mesmo instante em que sua falta, por fim, foi dada no navio do qual despecara.

Apesar da sequência de infortúnios, o mínimo que se pode dizer de Tim Sears é que ele, realmente, é um cara de sorte.

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