Em agosto de 2014, uma notícia sensibilizou brasileiros e argentinos: o veleiro de bandeira argentina Tunante II (algo como “Vigarista”, em português), se encontrava à deriva, a cerca de 300 quilômetros da costa do Rio Grande do Sul, depois de capotar, perder o leme, o mastro e qualquer outro meio de locomoção, durante a mais violenta tempestade que assolou a região naquele ano – um ciclone extra-tropical, que, durante vários dias, tornou a navegação entre o Brasil e a Argentina uma espécie de inferno líquido.

A bordo do barco, que vinha de Buenos Aires para o Rio de Janeiro, em um cruzeiro de férias, estavam quatro tripulantes, todos argentinos e com relativa experiência de mar: os médicos Jorge Benozzi, dono do veleiro e oftalmologista reconhecido mundialmente pelo descobrimento de um tratamento inovador para uma anomalia na visão chamada presbiopia, e Alejandro Vernero, cardiologista, ambos de 62 anos, o amigo de infância dos dois Horacio Morales, de 63, e o cunhado de Jorge, Mauro Cappuccio, de 35, o mais jovem de todos.

Nunca mais nenhum deles foi visto.

Tampouco o barco, que desapareceu por completo, depois ter sido avistado por um navio sacudindo freneticamente em meio a ondas de dez metros de altura e ventos que passavam dos 120 km/h.

Teria sido apenas mais triste lápide na história do sempre temeroso mar do litoral do Rio Grande do Sul não fosse a exposição – e proporção – que o fato tomou, depois que as famílias dos quatro velejadores se recusaram a aceitar a provável morte do grupo e passaram a usar a internet para pesquisar, com a ajuda de um batalhão de voluntários, a imensidão do mar.

A busca pelo Tunante II, que, na ocasião, ganhou site próprio na internet, campanhas emocionantes nas tevês da Argentina, página no Facebook e uma legião de voluntários vasculhando, dia e noite, diante de seus computadores, uma área do tamanho do Nordeste brasileiro, foi uma das maiores mobilizações da história da internet na Argentina.

Mas não mudou em nada o triste destino daqueles quatro argentinos, que nunca mais seriam vistos.

Tudo começou em 22 de agosto de 2014, quando, sob o comando do famoso oftalmologista Jorge Benozzi, o grupo partiu de San Fernando, nos arredores de Buenos Aires, para a tão aguardada velejada até o Rio de Janeiro.

A previsão era fazer a travessia em 20 dias (razão pela qual eles levam mantimentos para um mês), sem escalas, e deixar o barco em águas brasileiras, até as próximas férias do grupo.

As passagens de volta, de avião, já estavam compradas e eles tinham data certa para retornar à Argentina. Daí a decisão de partir naquela noite mesmo, uma sexta-feira, apesar da previsão de uma violenta frente fria que se aproxima da costa argentina.

O plano era avançar na frente da tormenta e até se beneficiar dos ventos periféricos gerados por ela, a fim de aumentar a velocidade do barco, um veleiro semi-novo, de 41 pés de comprimento.

A bordo, entre outros equipamentos, havia quatro GPS, dois telefones via satélite, uma balsa salva-vidas e um pequeno dessalinizador, capaz de transformar água do mar em potável.

Mas o Tunante II não tinha aparelho localizador Epirb, que emite sinais intermitentes sobre a posição do barco para outras embarcações, nem gerador ou placas solares para abastecer as baterias de bordo, quando o motor não estivesse em uso.

Na partida, o grupo, sorridente, posou para uma foto no píer de San Fernando, que viria a se tornar a última imagem que as famílias teriam deles. E a esposa do comandante Jorge se despediu do marido com um protocolar pedido: “Cuidem-se!”. Em seguida, os quatro amigos partiram, rumo ao Brasil.

Os ventos pré-tormenta, de fato, ajudaram na rápida travessia do Rio da Prata. Na manhã seguinte, o Tunante II já navegava diante de Montevidéu e seguiu avançando, velozmente, pela costa do Uruguai.

Mas os ventos logo aumentaram tanto de intensidade que provocaram o rompimento de um dos cabos de sustentação do mastro. Eles, então, decidiram fazer uma parada, não prevista, na marina da cidade de La Paloma, no Uruguai, a fim de reparar o problema. Lá, contudo, não conseguiram outro cabo e decidiram apenas soldá-lo.

Depois do conserto, o comandante Jorge Benozzi decidiu partir rapidamente. A tormenta, já então classificada como um ciclone extra tropical, algo um tanto raro na região, se aproximava furiosamente. O objetivo era voltar para o mar antes que o veleiro ficasse retido na marina.

Naquela mesma noite, sob ventos já beirando os 100 km/h nas rajadas, eles partiram – com um dos estais do mastro remendado e a intensidade do vento aumentando a cada instante. Perto dali, o ciclone já erguia ondas de oito metros de altura.

Durante todo o dia seguinte, os tripulantes do Tunante II sofreram com o mar cada vez mais grosso. Sem conseguiu manter a rota desejada, junto a costa, eles decidiram se afastar cada vez mais dela.

Era uma atitude prudente, porque evitava o risco de o veleiro ser atirado nas praias pelos fortes ventos.

Mas, por outro lado, quanto mais se afastavam da costa, mais dificultavam um eventual resgate.

Como ficaria tragicamente claro dias depois.

No início da tarde do dia seguinte, 25 de agosto, o telefone do filho do tripulante Alejandro Vernero tocou, em Buenos Aires.

Era o seu pai, comunicando que o grupo estava bem, mas em meio a uma violentíssima tempestade, que fizera o barco capotar, perder o mastro, o leme, o motor e até as baterias para recarregar o telefone via satélite no qual ele falava – e que estava prestes a ficar mudo.

O tripulante passou as coordenadas de onde o barco estava (cerca de 300 quilômetros mar adentro, na altura da cidade gaúcha de Rio Grande) e pediu ao filho que avisasse as autoridades.

Naquele mesmo dia, diversas outras ligações foram feitas para as outras famílias dos quatro tripulantes, sempre atualizando a posição do barco e pedindo ajuda. Mas, estranhamente, nenhum pedido de socorro foi feito pelo rádio do Tunante II a nenhum barco que porventura estivesse na área.

Talvez, porque o veleiro argentino já estivesse sem baterias para alimentar o rádio.

Ou porque o casco já estivesse parcialmente inundado, o que explicaria a estranha “perda” do motor, avisada por Alejandro ao filho, embora nenhuma entrada de água a bordo tenha sido mencionada.

Imediatamente, os familiares acionaram a Marinha do Brasil, que, sabendo das terríveis condições do mar na região, despachou o rebocador de alto-mar Tritão para lá.

Mas, como o socorro partiu da cidade catarinense de Itajaí (e não de Rio Grande, bem mais perto, mas cujo porto já estava fechado por conta da tempestade), levou três dias para atingir o local.

Quando o rebocador brasileiro chegou, outro navio, o cargueiro norueguês Seije, já havia avistado o Tunante II, à deriva.

Mas, com o ciclone no seu ponto máximo, gerando ventos de até 130 km/h e ondas acima dos dez metros, o enorme navio nada pode fazer.

Se aproximar do pequeno barco, naquelas condições de mar, seria o mesmo que atropelá-lo.

Assim sendo, o cargueiro se limitou a ficar observando a distância o pequeno barco sacudindo feito uma rolha dentro de uma máquina de lavar roupas. E tentando – em vão – um contato pelo rádio.

Com a chegada da noite, o navio perdeu o contato visual com o veleiro. Seu comandante decidiu, então, reportar o encontro as autoridades e seguir em frente.

Naquela mesma noite, os argentinos fizeram a última chamada telefônica para os seus familiares.

E disseram ter visto as luzes do navio. Que, no entanto, já não estava mais lá.

Na manhã do dia seguinte, uma nova tentativa de ligação telefônica partiu do Tunante II e foi detectada pela empresa dona do serviço de telefonia via satélite.

Mas a carga da bateria do aparelho já estava tão fraca que a chamada não se completou.

Foi a última tentativa de contato do grupo com o mundo externo.

Mas deixou os familiares dos tripulantes animados.

Afinal, o pior da tempestade já passara e aquela tentativa de chamada era prova de que o barco resistira a tormenta e que eles estavam vivos.

Outros navios e aviões da Marinha do Brasil e da Argentina rumaram para o suposto local onde o Tunante II estava.

Mas, tal qual aconteceu com o rebocador Tritão, não encontraram nenhum sinal do barco.

Começava a longa – muito longa – angústia das famílias das vítimas.

No dia 30 de agosto, não havia mais tempestades na região, mas as condições do mar ainda dificultavam as buscas do Tunante II.

Aflitas, as famílias decidiram, então, recorrer à internet e as redes sociais para buscar ajuda para tentar localizar o veleiro.

E descobriram um site, o Tomnod, que divulgava imagens colhidas por satélites de toda a superfície terrestre.

Inclusive dos mares.

O passo seguinte foi convocar uma legião de voluntários na Argentina para vasculhar cada metro quadrado da área onde se imaginava estar o barco, através das telas dos seus computadores domésticos.

Deram início, assim, a uma das mais frenéticas e extraordinárias buscas virtuais da história da internet.

Comovidos com o drama daqueles quatro conterrâneos à deriva em algum ponto entre a costa do Uruguai e do Rio Grande do Sul, mais de 30 000 argentinos (e outros tantos estrangeiros, que aderiram a causa) passaram a ficar dias e noites com os olhos grudados nos monitores de seus computadores, em busca de algum sinal do Tunante II nas nem sempre nítidas imagens dos satélites.

A área era enorme.

Quase do tamanho do Nordeste brasileiro.

Mas todos queriam ajudar a encontrar o veleiro dos argentinos.

Mesmo quem não tinha a menor ideia de como era um veleiro, ainda mais visto de cima.

A campanha virou comoção nacional na Argentina e pressionou às autoridades a intensificar ainda mais as buscas.

No Brasil, outros dois navios e um avião foram mandados para reforçar as equipes, além de ter sido emitido alerta a todas as embarcações que navegavam na região.

Além do cargueiro norueguês que vira o veleiro, havia oito outros navios cruzando o litoral sul do Rio Grande do Sul naquela ocasião.

Mas a consulta foi em vão.

Nenhum deles viu nenhum sinal do barco desaparecido.

As famílias, no entanto, seguiram otimistas.

Lideradas pelas filhas de três dos quatro tripulantes, classificavam as chances de o barco ser encontrado pela força-tarefa dos voluntários nas telas dos computadores como “enormes”.

Mas não era o que pensavam as Marinhas do Brasil e da Argentina.

Após 15 dias vasculhando em vão o mar, as duas entidades decidiram suspender as buscas.

Para elas, não havia mais o que procurar.

Àquelas alturas, o veleiro argentino já estaria no fundo do mar e seus tripulantes, mortos.

Na Argentina, a gritaria contra a medida foi geral.

Produzido pelos familiares das vítimas, que se recusavam a abandonar seus entes queridos, um emocionante comercial de televisão foi ao ar em todo o país, com o bordão “Vamos buscá-los!”.

Nas buscas nas imagens dos satélites, qualquer mancha de espuma de ondas era analisada como se fosse o barco desaparecido.

Um abaixo-assinado pedindo a retomada das buscas colheu 30 000 assinaturas, em poucos dias.
O argumento foi o mesmo das autoridades, só que ao contrário: “se nenhum vestígio do barco foi encontrado, é porque o Tunante II ainda flutuava”.
“Se o barco tivesse afundado”, argumentavam os familiares, “vestígios flutuando na água teriam sido encontrados”.

O raciocínio fazia algum sentido.
Mas ignorava o fato de a história estar repleta de casos de navios inteiros que desapareceram sem deixar um único colete salva-vidas na superfície.
A imensidão do mar é muito maior do que se possa imaginar.
Ao mesmo tempo, alguns comentários mais realistas passaram a ser postados na página do Facebook criada pelos familiares dos desaparecidos.
Mas, para não desanimar os voluntários da insana busca doméstica nas imagens de satélite, os comentários não otimistas eram tirados do ar.

Para as famílias, era preciso manter intactas as esperanças e exigir das autoridades a retomada das buscas.
E quem não faria isso se estivesse no lugar delas?
Pressionadas pela opinião pública, as Marinhas do Brasil e da Argentina emitiram, então, um comunicado conjunto, afirmando que só retomariam as buscas se surgirem indícios de que o barco não houvesse afundado.
E eles surgiram. Quase um mês depois do desaparecimento do Tunante II.

Em 29 de setembro, duas semanas depois de os órgãos de busca terem dado o caso do Tunante II como encerrado, o incansável batalhão de fuçadores de imagens de satélites, que ia de oceanógrafos a dedicadas donas de casa, tratou de provar que, talvez, as duas Marinhas estivessem erradas.

Uma intrigante imagem colhida em um site da empresa InfoSat mostrava um veleiro com características semelhantes ao Tunante II boiando no oceano, a cerca de 400 quilômetros da costa de Santa Catarina.
Consultado, o projetista do barco ponderou que, pela imagem (distante e nada clara), “poderia ser o veleiro desaparecido” – mas sem muita convicção disso.

De maneira precipitada, a filha de um dos tripulantes logo anunciou no Facebook que o veleiro fora encontrado!
Mas, neste caso, prudentemente o comentário foi logo retirado.
Era preciso, primeiro, ir até o local para confirmar sua autenticidade.
E, antes disso, convencer as autoridades a reiniciarem as buscas.
Foi o que foi feito.

Em 9 de outubro, parentes dos desaparecidos viajaram até Porto Alegre e convenceram a Marinha do Brasil a reiniciar as buscas, com base naquela imagem não muito clara.
Mas havia outro problema: as imagens dos satélites chegavam à internet com atraso.
Às vezes, de dias inteiros.

Portanto, até que um barco ou avião chegasse ao local onde o suposto Tunante II estava, o barco, fosse ele qual fosse, já estaria longe.
E foi o que aconteceu.

Mesmo calculando a deriva de um barco nas correntes marítimas predominantes na região, nada foi encontrado.
Talvez porque, com o casco cheio d´água e bem mais pesado, o suposto veleiro dos argentinos não tenha se deslocado tanto quanto o estimado.
Ou, talvez, porque não era ele mesmo.

A Marinha do Brasil divulgou, então, um novo comunicado, afirmando que, na data da imagem, havia nada menos que 32 embarcações navegando na área indicada e que nenhuma delas avistou o tal barco.
Em seguida, suspendeu a operação.
Desta vez, de vez.

Mas nem assim as famílias dos argentinos sossegaram.
Juntaram dinheiro, fretaram um avião e foram sobrevoar a região, por conta própria.

O aparelho, com as três filhas dos tripulantes desaparecidos a bordo, rastreou o mar por mais de 1 500 quilômetros.
Mas não encontrou nada. 
Na volta, o grupo reconheceu a dificuldade que era visualizar um pequeno barco lá do alto.
Mas disse, também, que tampouco viu nenhum dos “32 navios” que a Marinha do Brasil afirmara que estavam na região – ignorando, contudo, o fato de que, entre a data da captura da imagem e a do vôo, nove dias haviam se passado.

Para os familiares, era preciso manter viva as esperanças, a qualquer custo.
Especialmente depois que o primeiro vestígio concreto do barco foi encontrado, três dias depois.

Em 16 de outubro, o mestre do barco pesqueiro catarinense Kopesca I, Vitor Valverde, navegava a cerca de 320 quilômetros da costa de Tramandaí, no Rio Grande do Sul, quando viu algo alaranjado se mexendo na superfície do mar. Intrigado, se aproximou.
Era uma tartaruga, que ficara presa a uma balsa salva-vidas desinflada.

O animal tentava mergulhar, mas a balsa, mesmo murcha, não deixava.
O pescador liberou a tartaruga do seu torturante cativeiro, recolheu a balsa vazia e descobriu, dentro dela, um relevador conjunto de coisas.

Havia uma camisa atada a um remo, a título de bandeirola, um comprimido contra enjoo, uma cédula de peso uruguaio, uma espécie de caderneta já borrada pela água e – prova inequívoca de que a balsa pertencia ao Tunante II – a carteira de identidade de um dos tripulantes do barco, Horacio Morales.

Não restavam dúvidas: pelo menos um dos quatro tripulantes do veleiro argentino usara aquela balsa, que, agora, jazia dramaticamente vazia e sem ter como revelar o que acontecera.

Na Argentina, as famílias dos desaparecidos foram avisadas sobre o achado, mas, apesar das inequívocas evidências, discordaram que ela tivesse sido usada pelos tripulantes do Tunante II.
Basearam o torto raciocínio no fato de que a balsa estava sem o seu forro refletor, feito de tecido prateado e usado para ajudar a sinalizá-la no mar, e concluíram que ele fora retirado para ser usado no veleiro e que a balsa teria solta de propósito, para avisar quem a encontrasse que eles estavam vivos.
Era mais uma interpretação contrária e desesperada dos fatos.
E eles decidiram continuar as buscas. Agora, por terra.

Em novembro, quase três meses após o desaparecimento dos quatro argentinos, um grupo de familiares começou a percorrer o litoral gaúcho e uruguaio, distribuindo panfletos e fazendo contato com pescadores.
O argumento era que, experientes, os velejadores poderiam ter improvisado velas no barco danificado (recurso conhecido como “mastreação de fortuna”, no meio náutico) e estivessem tentando voltar a costa por seus próprios meios.

Além disso, os parentes argumentavam que havia dois médicos a bordo do veleiro, acostumados a lidar com situações de emergência, (sobretudo o cardiologista Alejandro Vernero) e que eles tinham material de pesca que poderiam usar para capturar comida e água abundante, vinda das chuvas.
Mas, em terra firme, não conseguiram nenhuma pista.

Ao mesmo tempo, um velejador argentino, que, embalado pela campanha do “Vamos buscá-los!”, havia partido para procurar sozinho o barco desaparecido, voltou a Buenos Aires sem nenhuma novidade.
E, na internet, a página do grupo começou a perder audiência, apesar de ainda receber propostas fantasiosas.
Uma delas propunha lançar 250 boias no mar, cada uma delas com um celular, para facilitar o contato dos náufragos – sem considerar que, em alto-mar, não há sinal de telefonia.

Em janeiro, a esperança, enfim, arrefeceu.
E até a própria página do grupo no Facebook desapareceu.

Mas, antes disso, os familiares lançaram uma última e desesperada proposta: quem encontrasse o barco, poderia ficar com ele.
Às famílias, só interessam os tripulantes, claro.

Mas, cinco meses depois do desaparecimento do Tunante II, a proposta de recompensa não estimulou mais ninguém a ir para o mar procurar o improvável.
E o caso foi caindo num inevitável esquecimento, enquanto as famílias das vítimas tentavam se conformar com a verdade dos fatos.

Vítimas da própria imprudência (haviam partido com um cabo do mastro remendado, não pouparam a bateria do telefone via satélite quando descobriram que não teriam como recarregá-la, tinham um prazo muito curto para a viagem e, acima de tudo, menosprezaram a intensidade da tempestade que se aproximava, não checando a previsão do tempo com a devida atenção e precaução), Jorge Benozzi, Alejandro Vernero, Horacio Morales e Mauro Cappuccio haviam sido engolidos pelo oceano.

E ponto.

Mas jamais se saberá exatamente como.

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