Era apenas mais um passeio de barco do casal Jan e Dave Griffith, pelo litoral de Queensland, na Austrália, quando o inesperado aconteceu: uma onda mais forte da tempestade que se aproximava estourou sobre a lancha e arrastou para o mar o terceiro ocupante do barco: a cadelinha Sophie, que sempre ia com seus donos para o mar.
Apesar da tormenta chegando, o casal vasculhou a área durante um bom tempo, em busca da cachorrinha perdida. Mas não encontraram nem sinal do animal no mar. Resignados, voltaram para casa e tentaram esquecer o triste episódio.
Cinco meses depois, os parcos habitantes das remotas Ilhas St. Bees, na região da Grande Barreira de Corais, começaram a estranhar o surgimento de várias carcaças de filhotes de cabras mortas e chamaram a polícia florestal, pensando se tratar de algum animal selvagem.
Sim, era um animal que vinha causando as mortes daquelas cabras, mas ele não nada tinha de selvagem – tinha, apenas, fome. Era a cadelinha Sophie, tentando sobreviver naquela ilha quase deserta, feito uma versão canina de Robinson Crusoé. Facilmente capturada, ela foi despachada para o continente.
Por uma dessas artimanhas do destino, a notícia de que um cachorro havia sido encontrado numa ilha onde não existiam cães chegou aos ouvidos do ainda triste casal Jan e Dave. Mesmo sabendo que não poderia ser Sophie, já que as Ilhas St. Bees ficam a mais de dez quilômetros do local onde a onda invadiu o barco naquele dia de mar violento, os Griffith foram até o local onde estava o animal, para conhecer “A Fera da Ilha”, como aquela cadelinha passou a ser jocosamente chamada. E deram de cara com a dócil Sophie, logo transformada em heroína náutica, assim que sua história foi contada.
O que mais impressionou o casal e os australianos em geral não foi nem o fato de Sophie ter conseguido nadar tanto no mar turbulento, nem de ter conseguido (sabe-se lá como?) avançar na direção de uma ilha que sequer era visível no local do acidente – mas sim ter sobrevivido aos tubarões, que infestam as águas da região.
Para um predador de olfato extraordinário, como é o tubarão, o cheiro forte de um cachorro molhado tem o mesmo atrativo de um churrasco. Mesmo assim, nada aconteceu com Sophie, que, além de sortuda, virou uma espécie de símbolo da sobrevivência no mar, mesmo sendo um animal com patas em vez de nadadeiras.
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