Um fato anormal aconteceu em um parque aquático de Sydney, na Austrália, em 25 de abril de 1935.

Um grande tubarão-tigre, recém-capturado, para servir de atração no parque, mas com claros sinais de indigestão, regurgitou, na frente da plateia, um pedaço de braço humano, em perfeito estado.

O membro estava tão bem preservado, dentro da barriga do animal, que foi possível até ver que ele continha a tatuagem de um boxeador.

Esse detalhe levou a polícia a investigar se algum praticante do esporte havia sofrido algum acidente recente no mar da região.

E – bingo! – logo deduziram que o membro decepado pertencia ao ex-boxeador James Smith, desaparecido misteriosamente havia poucos dias.

Mas o exame do membro vomitado pelo tubarão revelou algo bem mais intrigante: aquele braço havia sido cortado a faca e não decepado pelos dentes do animal, como seria de se esperar.

E isso eliminava a hipótese de um simples ataque do tubarão à vítima.

A conclusão foi que o corpo de Smith fora esquartejado e atirado ao mar, numa tentativa de fazê-lo desaparecer para sempre.

Mas aquele tubarão, que engolira o braço inteiro, sem mastigá-lo, colocou o plano do assassino de eliminar o corpo por água abaixo.

Investigando a vida pregressa da vítima, a polícia chegou a um sócio de Smith, chamado Patrick Brady, e também ao construtor de barcos Reg Holmes.

O primeiro negou categoricamente o crime.

Já o segundo acusou Brady pela morte do pugilista, porque, segundo ele, a vítima o estava chantageando em fraudes ligadas a seguradoras.

Brady, então, foi detido e permaneceu preso até quase o julgamento, quando aconteceu outra reviravolta no caso.

Pouco antes de Brady ser julgado, o homem que o acusara, Holmes, que também era a principal testemunha sobre a morte de Smith, já que um dos seus barcos teria sido usado pelo assassino para desovar o corpo mutilado no mar, apareceu misteriosamente morto, com um tiro de revólver.

E nunca ficou comprovado quem o matou – ou quem o mandou matar -, embora o assassino tenha tentado criar um cenário que sugeriria um suicídio.

Mas um detalhe óbvio logo eliminou esta possibilidade: porque Holmes morreu vítima de três disparos…

Sem o depoimento de Holmes, não houve como acusar formalmente Brady pela morte do pugilista.

Seu advogado também tentou contestar o crime, alegando que “um braço não era um corpo”, e que Smith poderia estar vivo e apenas mutilado.

Não convenceu ninguém.

Mas, ainda assim, Brady foi solto, por falta de provas, e passou o resto da vida alegando inocência, até morrer, de causas naturais, em 1965, aos 76 anos.

Apesar do esforço involuntário daquele tubarão glutão, o caso da morte de James Smith acabou sem nenhuma punição.

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